São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 1997
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Lua é resultado de grande colisão da Terra

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Lua surgiu a partir de uma colisão entre um planeta pelo menos três vezes maior do que Marte e a Terra, segundo estudo da Universidade do Colorado, anunciado em reunião da Sociedade Americana de Astronomia, em Cambridge, Massachusetts (EUA).
Embora a idéia de que a Lua tivesse sido criada a partir de uma colisão não seja nova, acreditava-se que o planeta que teria colidido com a Terra fosse do tamanho de Marte, que tem aproximadamente a metade do diâmetro da Terra.
O problema dessa idéia é que se o planeta tivesse mesmo o tamanho de Marte não teria havido material suficiente para formar a Lua.
Novos cálculos feitos em computador pela equipe de Colorado indicam que o impacto foi maior do que se acreditava.
"O resultado é surpreendente. Nossos cálculos indicam que a energia desprendida pelo impacto teve de ser muito superior à que pensávamos até agora para produzir os materiais necessários para a formação da Lua", disse Robin Canup, coordenadora do estudo.
A colisão teria acontecido há 4,5 bilhões de anos, época em que a Terra ainda não havia solidificado totalmente e era formada por material incandescente e mole.
O impacto teria sido tão grande que o próprio planeta e parte da superfície da Terra teriam vaporizado e pulverizado.
Os modelos gerados por computador indicaram que os gases e o material particulado foram expelidos até a órbita terrestre, formando um disco semelhante aos anéis de Saturno.
O material particulado foi gradualmente se reunindo para formar o satélite. Os cálculos indicaram que entre 15% e 50% desse material teria sido incorporado à nova Lua que se formava.
O restante teria caído na Terra. A idéia inicial era de que 100% do material expelido teria sido usado para formar o satélite terrestre.
O estudo da equipe de Canup deixa, no entanto, uma dúvida. Um choque de intensidade tão grande como esse teria provocado também aumento da rotação da Terra, que se conservaria até os dias de hoje.
Mas esse suposto acréscimo não foi observado.
Os cientistas tentarão agora, segundo Canup, mostrar que outros acontecimentos devem ter reduzido essa velocidade. Uma das hipóteses é a da colisão com outro objeto em sentido oposto ao da rotação terrestre.
A teoria do "impacto gigante" foi elaborada por pesquisadores da Universidade Harvard nos anos 70 a partir das análises das rochas lunares trazidas durante o programa Apollo, que entre os anos 60 e 70 levou missões tripuladas à Lua.

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