São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 1997
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Fujimori anuncia pacote contra crise

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente do Peru, Alberto Fujimori, anunciou ontem medidas econômicas que incluem redução de impostos e aumento de 15% no salário de funcionários públicos, numa tentativa de acalmar a crise política.
Fujimori, que tem reprovação popular recorde, fez pronunciamento no Congresso para marcar o 176º aniversário da independência. Ontem, ele também comemorou sete anos no poder e 59 de idade.
Ele não fez declarações sobre a polêmica levantada na última semana pela imprensa peruana, segundo a qual ele não nasceu no Peru, mas sim no Japão, e por isso teria de renunciar.
Depois da denúncia, seu advogado, Sandro Fuentes, apresentou à imprensa na sexta-feira cópia da certidão de nascimento do presidente. O documento indicava que ele teria nascido em Vale Surco, ao sul de Lima, em 28 de julho de 1938.
Durante o discurso, que durou 40 minutos, Fujimori também não falou sobre a possibilidade de concorrer às eleições presidenciais do ano 2000. Os peruanos esperavam que ele definisse sua candidatura no pronunciamento de ontem.
O presidente não comentou ainda sobre denúncias de espionagem telefônica contra empresários, políticos e jornalistas, de que ele é acusado.
Ele anunciou crédito a pequenos e médios empresários, incentivos à agricultura e venda de ações ainda mantidas pelo estado de empresas privatizadas.
O deputado de oposição Jorge Avendaño, do União pelo Peru, disse que o discurso foi "o mesmo de sempre".
Segundo Avendaño, o presidente se limitou a comentar dados positivos da economia, mas não disse nada para solucionar o problema político.
Fujimori afirmou que os militares estão subordinados a ele, para rebater acusações de que quem governa é o chefe do serviço de inteligência, Vladimiro Montesinos, e o chefe do Exército, general Nicolás Hermoza.
A oposição esperava que Fujimori anunciasse a demissão dos dois.
O presidente disse no Congresso que no Peru havia liberdade de imprensa e respeito aos direitos humanos.
O deputado Harold Forsyth, também do União pelo Peru, afirmou que temas como esses deviam ser "demonstrados por gestos, e não por palavras".

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