São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 1997 |
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Entenda a crise das empresas de ônibus com a prefeitura . Como explodiu a crise A prefeitura aumentou em junho a tarifa de ônibus (de R$ 0,80 para R$ 0,90), alegando que o custo por passageiro transportado é de R$ 0,98, mas continuou repassando às empresas apenas R$ 0,85. Os empresários não aceitaram receber menos que o custo constatado pelo município . Os personagens Carlos de Souza Toledo - secretário municipal dos Transportes, é o principal porta-voz do prefeito Celso Pitta na guerra com os empresários Francisco Christovam - presidente da SPTrans, empresa gerenciadora do transporte público em São Paulo, faz o elo entre município e empresas Maurício Lourenço da Cunha - presidente do Transurb, o sindicato dos empresários, ataca a política de transportes da prefeitura José Alves do Couto Filho, o Toré - presidente do sindicato dos condutores, filiado à CUT, representa cerca de 64 mil motoristas, cobradores e fiscais Almir Pazzianoto - juiz do Tribunal Superior do Trabalho, emitiu liminar que desobriga as empresas a pagarem vale-refeição e cesta básica aos funcionários . As contradições do caso O que diz a prefeitura . O secretário dos Transportes alega que o custo de R$ 0,98 por passageiro era um "valor teórico", irreal, usado apenas para mostrar à Câmara a necessidade do reajuste da tarifa. O valor real estaria em R$ 0,90 -valor máximo que a prefeitura aceitava repassar às empresas. Acabou voltando atrás . O prefeito Celso Pitta culpa a Transurb (o sindicato das empresas) pela crise, já que teria pedido sugestões aos empresários e ninguém apresentou nada . A prefeitura diz que devia às empresas R$ 8 milhões referentes ao atraso no repasse de verbas . O secretário dos Transportes diz que suspeita que as empresas de ônibus recebiam valores superiores ao custo real do passgeiro transportado O que dizem os empresários . Um estudo da Fundação Getúlio Vargas contratado pela Transurb mostra que o custo por passageiro em São Paulo é de R$ 1,17. No mínimo, acreditam que deveria haver o repasse de R$ 0,98, apurados pela própria prefeitura como custo por passageiro . A Trabsurb afirma que apresentou duas propostas alternativas ao sistema vigente, ambas ignoradas pelo prefeito Celso Pitta . Os empresários calculam em mais de R$ 100 milhões a dívida da prefeitura com as 54 empresas que fazem o transporte de passageiros em São Paulo . Os empresários alegam que se for constatado repasse de verba irregular às empresas estará configurado crime de responsabilidade da prefeitura A dança dos números* . Antes do aumento Tarifa - R$ 0,80 Subsídio - R$ 0,05 Valor pago às empresas - R$ 0,85 . Depois do aumento Tarifa - R$ 0,90 Subsídio - cortado Valor pago às empresas - R$ 0,85 . Nova proposta de Pitta Tarifa - R$ 0,90 Subsídio - R$ 0,07 Valor pago às empresas - R$ 0,97 * por passageiro transportado Texto Anterior: Motoristas ajudam empresários a ganhar Próximo Texto: Prefeitura nega derrota Índice |
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