São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 1997
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Castro estava sentado na frente de bomba

DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Federal de São Paulo informou ontem que o professor Leonardo Teodoro de Castro, principal suspeito pela explosão no Fokker-100 da TAM no último dia 9, estava sentado na fileira de poltrona 17 do avião no momento do acidente. Ou seja, uma fila à frente do epicentro da explosão, ocorrida na poltrona 18D.
As informações foram confirmadas em depoimentos colhidos entre passageiros de São Paulo e Brasília que viram Castro sentado no banco. Em seu depoimento à PF, o professor dissera que estava sentado quatro fileiras à frente.
Após a explosão, Castro foi encontrado, desmaiado, no chão da aeronave. Segundo o delegado, isso ocorreu porque, com o impacto da explosão, a poltrona na qual ele estava sentado inclinou-se e Castro foi arremessado para a frente. Isso derruba a tese de que o professor estaria em pé.
Nenhum dos passageiros ouvidos até o momento confirmaram a versão de que havia duas malas desacompanhadas na fileira de poltrona 17, conforme havia sido dito por duas testemunhas.
Ontem pela manhã, foram ouvidos mais dois passageiros: Cícero Carlos Correia, que estava sentado na poltrona 17A, no outro lado do avião, e Jessimar da Silva Souza, poltrona 6A. O teor dos depoimentos não foi revelado.
Segundo a PF, 16 pessoas, em um universo próximo a 30, foram ouvidas pelo delegado Leandro Coimbra em Vitória (ES). Nenhum delas afirmou ter visto algo estranho no interior do avião antes de ele embarcar para São Paulo.
Pela primeira vez, a PF confirmou ter encontrado em uma mala uma caixa de papelão com a inscrição protótipo datilografada em uma fita adesiva.
Tudo indica que a valise pertence a Castro. A caixa está sendo analisada pelo Secrim (Serviço de Criminalística) da PF e pelo CTA (Centro Técnico Aeroespacial), órgão da Aeronáutica.
Melhora lenta
O professor Leonardo Teodoro de Castro, 58, tem tido melhora lenta, embora continue respirando com ajuda de aparelhos, na UTI do Hospital São Paulo. Ele foi internado no dia 12, após ser atropelado por um ônibus.
Segundo o diretor clínico, José Osmar Medina Pestana, Castro poderá respirar sozinho até o final desta semana, mantido o atual ritmo de recuperação. Só depois disso serão suspensos os sedativos que o mantém desacordado. Sua saída da UTI pode acontecer no início da próxima semana.
O hospital revelou ontem que o professor teve as duas clavículas quebradas, além de uma costela. Também informou que os irmãos Pedro e Stela têm visitado Castro, além de se manterem informados de seu estado por telefone.

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