São Paulo, quinta-feira, 31 de julho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Temperatura chega a 32,7°C em SC

FÁBIO ZANINI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

O calor ontem em Florianópolis (SC) chegou a 32,7°C às 14h, a mais alta temperatura registrada em julho desde 1923, quando começaram as medições no Estado.
A temperatura foi registrada pelo 8º Distrito Meteorológico do Ministério da Agricultura, responsável pelo acompanhamento do tempo no Sul do país.
O recorde anterior havia sido registrado em 13 de julho de 1977, quando a máxima alcançou 31,8°C. Normalmente, as máximas no inverno ficam em torno de 20°C.
Ontem, as praias na capital catarinense e em Balneário Camboriú (81 km ao norte de Florianópolis) ficaram lotadas de turistas, lembrando as temporadas de verão.
No centro, a maioria das lojas de malhas antecipou as liquidações, que estavam previstas para o final de agosto, e já estão dando descontos de até 50%.
A temperatura vem subindo desde o início da semana em todo o Estado e deve manter-se alta pelo menos até amanhã, quando está prevista a chegada de uma frente fria do Sul.
Anteontem, a máxima foi de 30,2°C na capital e 26,2°C no interior do Estado. Mesmo na região serrana, tradicionalmente fria, como em São Joaquim -onde chega a nevar no inverno-, os termômetros marcaram 24°C.
O principal motivo do calor recorde no Estado é o fenômeno El Niño -o aquecimento das águas do oceano Pacífico próximo à costa do Peru.
"A evaporação rápida no Pacífico, maior oceano do mundo, afeta diretamente a temperatura em todo o planeta, e em especial nas Américas", disse o meteorologista Luiz Renato Lazinski. Ele diz que o aumento da evaporação no Pacífico bloqueia a movimentação de massas de ar vindas do Sul.
Uma massa de ar quente e seco "estacionou" no centro-sul do Brasil e é mais forte em Santa Catarina. Outras regiões, como o interior do Rio Grande do Sul e o litoral paranaense, também estão registrando temperaturas altas.
Para o final do ano, a previsão é que o fenômeno El Niño provoque chuvas fortes na região, com risco de enchentes. Na estação quente, o aumento da evaporação no Pacífico deixa a atmosfera saturada de água. As correntes de vento se encarregam de concentrar as nuvens no Sul do país.
Segundo o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a previsão para hoje é de queda de temperatura no Sul do país.
Amanhã, uma frente fria vai deixar o céu nublado e com chuvas no Sul, mas a temperatura deve subir no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

Texto Anterior: Ar melhora mas ainda é ruim em SP
Próximo Texto: Estado fixa prazo para propostas de concessão
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.