São Paulo, quinta-feira, 31 de julho de 1997
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Rebelião acaba com 8 detentos mortos

ADELSON BARBOSA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JOÃO PESSOA

A Polícia Militar da Paraíba confirmou ontem a morte de mais um presidiário que participou anteontem de um motim na penitenciária do Róger, em João Pessoa (PB).
O motim começou no final da tarde de anteontem e acabou por volta das 23h do mesmo dia, depois que cerca de 200 policiais militares invadiram a penitenciária, ocasionando a morte de sete presidiários na hora.
Pelo menos nove pessoas tiveram ferimentos leves. O oitavo presidiário amotinado morreu no hospital no início da madrugada de ontem.
O motim, que começou em uma cela onde estavam 14 presos condenados por tráfico de drogas, homicídios e assaltos, durou cerca de seis horas.
Os presidiários tomaram como reféns o diretor da penitenciária, capitão Givaldo Farias, três agentes penitenciários e dois colegas de cela, durante uma vistoria.
Exigências
Para libertar os reféns, eles exigiam carros, coletes à prova de bala, algemas, armas e munições.
As negociações não surtiram efeito e a polícia decidiu invadir o local atirando.
Os oito presidiários foram mortos com balas de revólveres calibre 38. Eles foram atingidos no peito e na cabeça, conforme apurou a Agência Folha.
O IML (Instituto Médico Legal) informou que os laudos das autópsias feitas nos mortos só estarão prontos em uma semana.
Os mortos foram Ailton Lino da Rocha, 25, Josenildo Alves da Silva, 25, Roberto Cabral de Oliveira, 24, Jailson Santos de Castro, 26, Sebastião Galdino da Silva, 24, Josival Mendes da Silva, 27, Lindemberg da Silva Torres, 25, e Severino Alves dos Santos, 30.
Durante a operação ficaram feridos os presidiários Gilberto Fernandes da Silva, 25, Bartolomeu Gonçalves dos Santos, 38, Marcondes Rodrigues Pereira, 27, Agnaldo Trajano da Silva, 25, e José Régis da Silva, 22, além do capitão Givaldo Farias, o soldado conhecido como "Nascimento" e os agentes de segurança Rogério Marques e Marinaldo de Oliveira Rique.
Ameaças
Segundo a polícia, a invasão da cadeia ocorreu antes do fim das negociações porque os amotinados teriam ameaçado matar as pessoas mantidas como reféns.
Os primeiros a morrer, segundo a direção da penitenciária, seriam dois colegas de cela, que foram feridos com estiletes nas costas e no rosto.

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