São Paulo, quinta-feira, 31 de julho de 1997
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Navio recebe visitantes de Castro Alves

FERNANDO PAULINO NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

A réplica de um navio negreiro com 15 metros de comprimento por 5 metros de largura é a principal atração da exposição de objetos e manuscritos do poeta Castro Alves, que será inaugurada hoje, às 18h, no MHN (Museu Histórico Nacional), no centro do Rio.
A exposição, que faz parte das comemorações de 150 anos do poeta romântico que defendeu a abolição da escravatura, mostra objetos pessoais do artista e manuscritos originais de parte de duas de suas obras, "Espumas Flutuantes" e "Navio Negreiro".
Na abertura da exposição, os atores José Wilker e Zezé Motta vão declamar trechos de obras de Castro Alves.
Segundo o diretor-geral, Adam Grzybowski, a idéia de construir o navio foi para tornar a exposição "atraente para o grande público". Para isso, "foi escolhido como emblema o navio negreiro".
Clima soturno
Toda a exposição vai acontecer no interior do navio cenográfico. Para dar o clima, a iluminação é "soturna", com o objetivo de dar a impressão de que os visitantes estão no porão do navio, onde os escravos eram transportados da África para o Brasil.
O casco do navio é cheio de cracas e tem o efeito de ferrugem (na verdade, a armação é de madeira), para parecer que foi retirado do fundo do mar.
Ajudando a manter o clima da época, há dentro do navio "três ou quatro tipos de suplícios (algemas que prendiam os escravos das mais variadas maneiras)", disse Grzybowski.
Entre os objetos expostos, há mobiliários de Castro Alves, como uma escrivaninha, uma cômoda e um relógio de mesa, e fotos de família e de amigos.
Como curiosidade, está exposto um quadro pintado por Castro Alves, "Madalena aos Pés da Cruz", que, segundo a diretora do MHN, Vera Tostes, "deixa a desejar como pintura".
Ao fundo do navio, haverá a projeção de imagens de alguns artistas, como o escritor Victor Hugo, o músico Wagner e o poeta Fagundes Varela, com legendas para mostrar a influência do romantismo na obra de Castro Alves
A exposição, que já esteve em Salvador e Recife, depois do Rio vai para Brasília (4 de setembro) e para São Paulo (5 de novembro, no memorial da América Latina).

Exposição: Castro Alves é do Povo
Onde: Museu Histórico Nacional (pça. Marechal Âncora, s/nº, tel. 021/220-2328) Quando: de hoje a 24 de agosto. De terça a sexta, das 10h às 17h30; sábados e domingos, das 14h às 18h
Quanto: R$ 2, com direito a visitar todo o museu. Menores de dez anos, maiores de 65 anos e estudantes uniformizados não pagam

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