São Paulo, sexta-feira, 1 de agosto de 1997
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Brasil melhora em ranking da corrupção

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Brasil é o 17º país mais corrupto entre 52 os relacionados num ranking da Transparency International (Transparência Internacional), organização não-governamental sediada em Berlim (Alemanha) especializada no combate à corrupção internacional.
Os países com pior classificação foram a Nigéria -pelo segundo ano consecutivo-, a Bolívia e a Colômbia. A lista classifica como os menos corruptos a Dinamarca, a Finlândia e a Suécia.
Este é o terceiro ano em que o ranking é divulgado. A lista é preparada a partir de pesquisas feitas com empresários, analistas políticos e público em geral em todo o mundo.
O ranking dá notas de zero a dez, sendo a mais alta para o país menos corrupto.
Alguns países aparecem este ano pela primeira vez na lista. Outros não foram incluídos por insuficiência de dados.
Por causa disso, para avaliar as mudanças entre a lista atual e as anteriores, devem ser consideradas as notas obtidas, e não as posições em que as nações se encontram, disse a TI.
Melhorar a posição no ranking de um ano para o outro não significa que o país passou a ser considerado menos corrupto, e vice-versa.
Israel, por exemplo, passou do 14º para o 15º lugar, mas aumentou sua nota de 7,71 para 7,97.
O Brasil melhorou a nota e o lugar no ranking. Em 1996, ocupava a 40ª posição com 2,96. Este ano, está na 36ª posição, com 3,56. O aumento na nota é o sexto maior registrado.
O presidente da ONG, Peter Eigen, afirmou que a imprensa em geral se concentra na má posição de países em desenvolvimento, "sem considerar que parte da corrupção nesses lugares está relacionada a corporações multinacionais, sediadas em nações industrializadas".
É um mito, segundo ele, que as democracias ocidentais industrializadas estejam imunes aos casos de suborno, pagamento de comissões ou troca de favores.
"Basta ver como a Bélgica está com o nível elevado de percepção de corrupção", disse Eigen.
Entre os países que integram o chamado Grupo dos 7 (as sete nações mais industrializadas do mundo), o Canadá conseguiu a melhor classificação. Com nota 9,10, aparece em 5º.
Eigen afirmou que a publicação do ranking tem causado impacto positivo em muitos países e contribuído para a formação da opinião pública. "Enquanto governos rejeitam a crítica implícita, outros procuram agir, iniciando reformas para aumentar a integridade de seus sistemas".
Avaliação subjetiva
O Índice de Percepção da Corrupção, como o ranking é chamado, não indica o nível de corrupção em cada país. Os dados representam uma avaliação subjetiva, e não objetiva.
Para elaborar o ranking, foram compilados sete diferentes pesquisas realizadas por empresas especializadas em consultoria internacional e análise de risco de investimento.
O ranking foi elaborado pela primeira vez em 1995 e incluía apenas 41 países. O Brasil ficou em 37º lugar, à frente de Venezuela, Paquistão, China e Indonésia.

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