São Paulo, domingo, 3 de agosto de 1997
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Governo quer proibir greve de policiais

VALDO CRUZ; WILSON SILVEIRA

VALDO CRUZ
Diretor-executivo da Sucursal de Brasília
WILSON SILVEIRA
Coordenador de Edição da Sucursal de Brasília
As medidas que o governo federal vai adotar para combater a crise da segurança pública deverão incluir a unificação do comando das polícias nos Estados, taxativa proibição de greve de policiais e proibição de que suas associações participem de campanhas políticas de qualquer natureza.
O grupo de trabalho coordenado pelo secretário nacional de Direitos Humanos, José Gregori, apresenta ao ministro Iris Rezende (Justiça) amanhã 31 propostas emergenciais.
Essas propostas, que serão levadas nesta terça-feira ao presidente Fernando Henrique Cardoso, poderão ser adotadas por meio de medida provisória, projeto de lei e emenda constitucional.
Não há previsão de aumento salarial imediato para policiais, mas deverão ser adotados vários benefícios, como seguro de vida, fundo de pensão e linha de crédito especial para financiamento de casa própria.
Outro grupo de medidas está voltado para os direitos humanos, que passam a ser disciplina obrigatória em todos os concursos e cursos relativos a carreiras policiais.
Nessa área há ainda: preservação pelos policiais da intimidade, integridade, privacidade e honra de suspeitos e criação de conselhos estaduais, municipais e comunitários de segurança pública, integrados por representantes da sociedade civil e do poder público para avaliação e formulação de política de segurança.
O grupo de trabalho, formado em março, depois da divulgação de cenas brutais promovidas pela PM em Diadema (Grande SP), propõe a criação de ouvidorias independentes para recebimento e apuração de denúncias.
Sugere também que não haja vínculo entre corregedorias de polícia e órgãos policiais. As corregedorias deverão ser transferidas para as secretarias da Justiça.
Outras medidas que visam conter a violência policial são a obrigatoriedade de que o Ministério Público acompanhe os inquéritos sobre crimes praticados por policiais e o julgamento de policiais pela Justiça comum.
Esses dois pontos já foram aprovados pela Câmara e estão em análise no Senado.
Há ainda entre as propostas a criação da Secretaria de Modernização das Polícias no Ministério da Justiça.

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