São Paulo, domingo, 3 de agosto de 1997
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Folha encerra 25º Programa de Trainees

DA REPORTAGEM LOCAL

A Folha concluiu sexta-feira seu 25º Programa de Trainees, com a participação de dez jovens -estudantes ou graduados-, escolhidos entre 480 inscritos.
O primeiro programa foi um seminário feito em 1985. Na época, 30 estudantes de jornalismo, indicados pelas faculdades, participaram de duas semanas de palestras com profissionais da Folha.
Em 1988, a Folha passou a realizar o programa com um novo formato, com três semanas de duração e incluindo jornalistas indicados pela Direção de Redação. De lá para cá, muita coisa mudou.
Na edição recém-encerrada, as modificações começam pelo aumento no número de inscritos. Enquanto na 24ª edição, em setembro de 96, 180 pessoas se interessaram, na 25ª o número pulou para 480.
"Quisemos melhorar a divulgação para ampliar a base e escolher os que melhor se encaixam no perfil de profissional que a Folha procura", afirmou Marcelo Leite, coordenador do programa. Segundo Leite, o objetivo do curso é "encontrar talentos".
A primeira etapa de seleção foi feita com base no currículo dos candidatos. O grupo de 480 interessados foi reduzido para 102. Estes foram submetidos a um teste de conhecimento geral, que permitiu a escolha de 42 jovens para participar das palestras iniciais.
O programa do treinamento foi totalmente remodelado e a duração aumentou de cinco para oito semanas. A primeira semana foi dedicada a um ciclo de palestras com especialistas e jornalistas experientes.
Entre os palestrantes estiveram o professor norte-americano Glenn McGee, do centro de bioética da Universidade da Pensilvânia, que falou sobre "O Caso Dolly: A Imprensa e seus Clones", e o jornalista Elio Gaspari, colunista da Folha, que apresentou o tema "Como se Constrói uma Reportagem".
Essa primeira semana serviu para uma última filtragem dos participantes. Dos 42 jovens que assistiram às palestras e participaram de dinâmicas de grupo, foram escolhidos dez trainees.
A partir daí, o grupo estava pronto para iniciar o treinamento propriamente dito. Foram mais sete semanas de atividades, que consumiram de oito até 15 horas por dia. Em média, os trainees dedicaram nove horas diárias ao programa.
Além das tradicionais saídas que os trainees fazem com repórteres do jornal, nesta edição do programa eles fizeram um laboratório de texto orientado pelo colunista e membro do Conselho Editorial da Folha Marcelo Coelho.
Também foi realizado um workshop de investigação jornalística por computador, técnica conhecida nos Estados Unidos como CAR (Computer-Aided Reporting), que foi apontado por vários participantes como o ponto alto do treinamento.
Os orientadores foram os jornalistas Lise Olsen (norte-americano) e Pedro Enrique Armendares (mexicano). Os dois fundaram na Cidade do México uma filial da organização norte-americana Investigative Reporters and Editors (IRE).
O caderno, cuja manchete afirma que "São Paulo pode e vai parar", foi o projeto de investigação jornalística, com produção coordenada pelo jornalista Fernando Rodrigues, repórter especial da sucursal de Brasília.
O caderno tem seis páginas, das quais três coloridas, ilustradas com fotos e gráficos. As reportagens exploram vários aspectos do transporte na capital paulistana. A redação e finalização do caderno foi orientada por Marcelo Leite.
Para Leite, que pela primeira vez coordenou o programa, a experiência foi "gratificante". Depois de dois anos como ombudsman do jornal, Leite disse que o programa de treinamento permitiu-lhe fazer alguma coisa concreta para corrigir aquilo que viu de errado naquele período.

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