São Paulo, domingo, 3 de agosto de 1997
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Passageiros ameaçam ação por vôo lotado

DA REPORTAGEM LOCAL

Um grupo de passageiros da Vasp deve entrar na Justiça contra a companhia aérea pedindo indenização por danos morais e materiais decorrentes da superlotação de um vôo de Nova York, com destino a São Paulo, nos dias 28 e 29 deste mês.
Entre os passageiros, há pelo menos um que alega ter tido sua partida transferida duas vezes seguidas, nos dias 25 e 28.
A Vasp, por sua assessoria de imprensa, disse que trabalha com overbooking de menos de 8% e tem um índice de desistências acima de 10%. O overbooking é um procedimento comum a empresas aéreas pelo qual a companhia reserva para um vôo mais passageiros do que comporta o avião, prevendo desistências.
O abaixo-assinado elaborado pelos passageiros interessados em uma retratação ou indenização por parte da Vasp contém quase cem assinaturas.
"Não tive prejuízo econômico, mas se eu puder incomodar só uma parte do que me incomodaram com essa história, já fico satisfeita", disse a professora Hilda Trindade Lima, que redigiu o texto de abertura do abaixo-assinado que deve ser entregue à Vasp.
Segundo a passageira, um dos maiores problemas foi a falta de preparo dos funcionários para administrar o problema de ter mais de 70 passageiros sem lugares no vôo.
"Meu filho viajou pela American Airlines. O vôo estava lotado e a empresa ofereceu a ele, caso esperasse, um bônus de US$ 500 em outras viagens, mais a hospedagem. Ele não quis e foi embarcado na hora", diz Hilda.
"Acho que fui privilegiada por ter ficado só um dia", diz ela, que teve sua hospedagem paga pela Vasp.
O advogado Odair Roberto Vertamatti, cujo filho estava entre os passageiros retidos nos Estados Unidos, disse que deve pedir indenização pelas despesas que teve com o adiamento da partida.
"Algumas pessoas com crianças ficaram muito estressadas. Para essas pessoas, cabe indenização por danos morais, também", diz Vertamatti. O advogado diz que quem teve prejuízo com o atraso no retorno, por perda de compromissos, também pode requerer indenização por isso.
Reincidência
O comerciante Carlos Borges Filho, 54, de São Bernardo (SP), alega prejuízo maior. Ele acompanhava o filho de Vertamatti e outras cinco pessoas em uma viagem pelo Canadá.
Borges e um dos acompanhantes voltariam antes dos demais, em 25 de julho, uma sexta-feira. Só conseguiram embarcar na terça-feira. "Depois de muita briga para não ficar de fora de novo."
Ontem, de posse do nome do comerciante, a Vasp informou que ele não tinha reservas para o dia 25, somente para o dia 28, segunda-feira. A assessoria de imprensa da empresa disse que custeou a hospedagem de Borges e seu acompanhante naquele dia.

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