São Paulo, domingo, 3 de agosto de 1997
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Característica pessoal influi em seguro

VANESSA ADACHI
DA REPORTAGEM LOCAL

Características pessoais do motorista, como sexo, idade e tempo de habilitação, podem encarecer ou baratear seguro de automóvel.
Algumas seguradoras, como Itaú, Porto Seguro e UAP, estão adotando métodos de cálculos de tarifas que se apoiam em estatísticas para determinar se o cliente tem o perfil de um bom ou mau motorista. É a chamada segmentação de tarifas.
"A idéia é classificar melhor os riscos e fazer com que cada cliente pague o preço mais adequado ao seu risco. O bom cliente paga menos e o mau, paga mais", diz o gerente de produto da UAP, Roberto Villa Julianelli.
"A intenção é valorizar o bom cliente", afirma o gerente de seguros de automóveis da Itaú, Fernando Reinhardt.
Nesses sistemas, existem alguns padrões. Por exemplo, a mulher é um risco melhor do que o homem, enquanto as pessoas mais velhas tendem a ser mais prudentes que os jovens na direção.
Outra variável: quanto maior o tempo de habilitação do segurado, menos o motorista se envolve em acidentes.
Sensíveis
Alguns sistemas são mais "sensíveis" que outros. No caso da UAP, a diferença entre o preço pago por uma mulher de 30 anos e um rapaz de 19 anos pode ser de quase 100%.
Para Júlio Avellar, vice-presidente da Sul América, que não leva em conta características pessoais para estabelecer seus preços, existem exageros nesse método.
"Nem todas as mulheres dirigem melhor que os homens, por exemplo", diz ele.
A seu ver, a melhor medida ainda é o histórico do motorista.
É possível questionar se os dados estatísticos empregados se aproximam ou não da realidade.
Mas, sem dúvida, clientes com determinados perfis podem tirar proveito da novidade criada pelas seguradoras. Principalmente as mulheres e as pessoas com mais de 35 anos.
Para aqueles que forem classificados como maus motoristas por essas seguradoras, a melhor alternativa pode ser um produto tradicional, que não leve em conta os dados pessoais.
Na Sul América, por exemplo, o seguro do mesmo Gol 1.000, ano 97, no valor de R$ 12,2 mil, incluindo aproximadamente as mesmas coberturas, custa R$ 1.179.
Menos do que rapazes de 19 anos pagariam pelo método de segmentação em qualquer uma das outras três seguradoras cotadas pela Folha.
A supervisora da área de assuntos financeiros do Procon de São Paulo, Dinah Barreto, aconselha o consumidor a pedir que seu corretor prepare vários orçamentos no momento de comprar o seguro do carro.
"E é importante olhar também o que o seguro está oferecendo por determinado preço a ser pago", alerta a supervisora do Procon.

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