São Paulo, domingo, 3 de agosto de 1997
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Montadoras têm maior concorrência

Cai o juro do financiamento

MAURICIO ESPOSITO

Os bancos das montadoras de automóveis, campeões de rentabilidade no ano passado, já não apresentam atualmente os mesmos resultados.
A concorrência de outras instituições financeiras no segmento de financiamento de veículos e a desaceleração das vendas estão influenciando os resultados desses bancos.
Nos balancetes referentes ao primeiro trimestre do ano já era evidente a redução da rentabilidade.
A tendência pode se confirmar assim que os balanços semestrais das instituições forem publicados.
De acordo com a consultoria Austin Asis, especializada no sistema financeiro, a rentabilidade dos bancos das montadoras chegava a 51% (retorno sobre o patrimônio líquido) em dezembro de 1996.
A rentabilidade do geral do sistema financeiro era de 12,2%.
No fim do primeiro trimestre deste ano, a rentabilidade máxima dos bancos das montadoras era de 12,3%, contra 10,1% da média dos bancos.
No ano passado, os três principais bancos de montadoras ficaram entre os 20 bancos mais rentáveis do país, de acordo com o consultor Carlos Coradi, da EFC Engenheiros Financeiros & Consultores.
"As montadoras podem captar recursos no exterior a taxas de juro de 6% a 7% ao ano", disse Coradi.
Segundo afirmou, essas instituições financiavam a aquisição de veículos com taxas de juro de 3% a 5% ao mês.
"'No ano passado os bancos das montadoras operavam com margens mais altas", confirma Marcos Moreira, diretor comercial do Banco Fiat. O banco, que em 1996 oferecia financiamento com juro médio de até 4% ao mês, opera hoje com uma taxa de 2,99% ao mês.
"A competição está mais forte; muitos bancos comerciais que estavam afastados desse mercado retornaram", afirmou.
A queda de rentabilidade dos bancos das montadoras pode estar sendo agravada pela retração das vendas.
Segundo cálculos da Fenabrave (entidade que representa as concessionárias), no final de junho os estoques de veículos nas revendas chegavam a 120 mil unidades.
A expectativa da Fenabrave, caso a produção continue nos atuais níveis e o mercado não apresente aquecimento, é de chegar ao final do ano com um estoque de 192 mil veículos, segundo Waldemar Verdi Jr., diretor da entidade.

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