São Paulo, segunda-feira, 4 de agosto de 1997
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Exportação de frangos vai ser recorde

MAURO ARBEX
DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil deve bater neste ano um recorde histórico nas exportações de frango. As estimativas de indústrias e de entidades do setor é que as vendas externas superem 700 mil toneladas, o que deve gerar uma receita acima de US$ 1 bilhão.
Essa previsão otimista, que coloca o frango como um dos principais produtos da pauta de exportações brasileiras, tem como base os números já fechados no primeiro semestre.
O volume de vendas de janeiro a junho chegou a 325 mil toneladas, mais 25% em relação ao mesmo período de 96, enquanto a receita atingiu US$ 449 milhões, mais 23% "Tradicionalmente, as exportações no segundo semestre crescem 20% em relação aos primeiros seis meses do ano, o que deve garantir essa receita no ano", diz Cláudio Martins, diretor executivo da (Abef) Associação Brasileira dos Exportadores de Frango.
Com esse desempenho, o Brasil deve manter-se na segunda colocação entre os maiores exportadores mundiais, posição que havia perdido em 95 -foi o quarto- e que reconquistou no ano passado.
Neste ano, só deve perder para os Estados Unidos, que detêm 44% do mercado mundial e cujas vendas externas em 97 estão estimadas em 2,150 milhões de toneladas. Bem próximo do Brasil está a China, com 650 mil, seguida da França, com 500 mil, segundo a Abef.
No ano passado, o Brasil já havia conseguido expressivo resultado: 568 mil toneladas e um faturamento de US$ 840 milhões.
Uma das razões do crescimento das vendas é a conquista de novos mercados. Um dos mais importantes é o da Rússia, maior importador de frango do mundo, com 900 mil toneladas anuais.
"Em 1996, o Brasil vendeu 15 mil toneladas para Rússia e deve exportar neste ano de 60 mil a 65 mil", diz Cláudio Martins.
"Começamos bem na Rússia no início do ano, mas houve uma paralisação no segundo trimestre, devido a novas regras para entrada de produtos", afirma Ricardo Menezes, diretor de Relações Institucionais da Perdigão, principal exportadora de frango do país, com US$ 133 milhões até junho.
A Rússia readequou suas normas em relação a embalagens e as compras foram suspensas por dois meses. Neste segundo semestre, a situação voltou ao normal.
A Sadia exportou até junho 82 mil toneladas de frango, um crescimento de 31% sobre o primeiro semestre de 96, segundo Luiz Fernando Furlan, presidente do conselho de administração do grupo.
Neste ano, a estimativa da Sadia é faturar cerca de US$ 600 milhões com a venda de carnes -aves, suínos e bovinos-, mais farelo de soja. Desse total, aves devem representar cerca de metade da receita.
Menezes lembra que as exportações de frango para Europa estão sendo favorecidas também pela "vaca louca", doença que atingiu o gado do Reino Unido, e pela peste suína, que afetou animais da Dinamarca e da Bélgica.

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