São Paulo, terça-feira, 5 de agosto de 1997
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Arroba sobe e alcança até R$ 30 no RS

Há pouco boi gordo no pasto

SEBASTIÃO NASCIMENTO
DA REPORTAGEM LOCAL

O preço da arroba continua em alta. No Rio Grande do Sul pagava-se no início da semana passada quase R$ 30 (US$ 27,70) por ela, contra os R$ 22,5 (US$ 22,20) desembolsados em 96 no mesmo período. Na quinta-feira, porém, a cotação recuou para R$ 28,20.
Técnicos e invernistas atribuem a alta na cotação da arroba à escassez de boi gordo nos pastos.
"A seca neste inverno está sendo rigorosa. Em cidades da fronteira, como Bagé, e do centro do Estado, como Santa Maria, não choveu em abril, maio e junho, e o gado quase não engordou."
Quem afirma é Luis Bruno Fulber, chefe da Divisão de Fiscalização e Defesa Sanitária, órgão da Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul.
Ele diz que os pecuaristas que conseguiram engordar os animais estão ganhando dinheiro. "Aqui no Sul quem alimentou bem o gado, mantendo a pastagem de azevém e aveia, não pode reclamar."
Em vários Estados, os frigoríficos se vêem obrigados a pagar mais pela carne.
"Em Minas Gerais, frigoríficos de maior porte, que normalmente costumam pagar R$ 0,50 a menos pela arroba, ofereciam R$ 0,50 a mais", diz Alcides Torres, da Scott Consultoria, de Bebedouro (SP).
Já as importações de carne cresceram 67,5% nos seis primeiros meses deste ano, comparando-se com o mesmo período de 96.
Números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que por aqui desembarcaram 61,4 mil toneladas de carne.
Para Hélio Toledo, do Sindifrios, o incremento na importação não deve exercer influência no mercado interno.
"Essa carne atende principalmente o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que fecharam suas fronteiras para os demais Estados devido à febre aftosa."
Para comer uma costela com osso, por exemplo, bastante apreciada por lá, o gaúcho e o catarinense têm que buscar o corte no Uruguai ou na Argentina, afirma Toledo.

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