São Paulo, terça-feira, 5 de agosto de 1997
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PF crê em explosão criminosa no avião

CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

A divisão da Polícia Federal em São Paulo tem quase certeza de que a explosão no interior do Fokker-100 da TAM foi criminosa e intencional. O acidente, no dia 9 de julho, provocou a morte de Fernando Caldeira de Moura e foi causado, segundo a Polícia Civil, por uma bomba.
A PF só aguarda a divulgação do laudo do CTA (Centro Técnico Aeroespacial), órgão da Aeronáutica, para eliminar qualquer dúvida e confirmar a linha investigatória.
Caso o relatório ratifique o que os delegados suspeitam, o responsável será enquadrado em três tipos de crime: explosão (com o agravante de ter acontecido no interior de um avião), homicídio e lesões corporais. Todos na modalidade dolosa (intencional).
Se o raciocínio estiver correto, os delegados acreditam que o caso deverá ser levado a júri popular na Justiça Federal.
A PF espera que o relatório da Aeronáutica fique pronto até o final da semana. A demora na divulgação deverá fazer com que os delegados que cuidam do caso acabem pedindo mais prazo à Justiça para concluir o inquérito.
O CTA, em conjunto com peritos do Secrim (Serviço de Criminalística) da PF, está analisando, há quase um mês, partes da fuselagem do avião e materiais recolhidos no apartamento do professor Leonardo Teodoro de Castro -único suspeito, até o momento, pela explosão.
As suspeitas sobre Castro surgiram após o seu depoimento, considerado confuso.
Castro está internado, com escolta de agentes federais, na UTI do Hospital São Paulo desde o dia 12 de julho, quando foi atropelado por um ônibus. O atropelamento ocorreu um dia após a PF realizar uma busca no apartamento do professor. Os policiais não divulgaram até agora o que foi apreendido no apartamento do suspeito.
Ontem, um delegado esteve no hospital na esperança de ouvir o professor novamente. Ele havia recebido uma notícia afirmando que o paciente deveria deixar a UTI.
Foi informado de que o estado de saúde de Castro, apesar de apresentar melhora, ainda era grave. Foi a segunda vez que o delegado esteve no local. A primeira foi na última sexta-feira.
Mais duas pessoas, bombeiros que entraram no avião logo após o pouso em Congonhas, prestaram depoimento ontem. Nada foi acrescentado. Hoje, um delegado vai a Curitiba (PR) para ouvir mais três passageiros.

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