São Paulo, terça-feira, 5 de agosto de 1997
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Prefeitura vai pagar R$ 69 mi ao PAS

MAURO TAGLIAFERRI; ROGÉRIO GENTILE
DA REPORTAGEM LOCAL

As cooperativas do PAS vão receber, até a próxima segunda-feira, R$ 69 milhões da prefeitura.
Os pagamentos serão feitos de forma parcelada (R$ 45 milhões amanhã, R$ 12 milhões sexta-feira e R$ 12 milhões segunda-feira).
Apesar disso, Pitta vai continuar devendo R$ 50 milhões para as cooperativas (equivalente à manutenção de um mês do programa).
O secretário da Saúde, Masato Yokota, diz contar com a verba do SUS (Sistema Único de Saúde) para pagar a dívida. O dinheiro deixou de ser repassado pelo governo do Estado em julho do ano passado, quando se discutia a constitucionalidade do PAS.
"A Justiça já considerou o PAS legal. O Estado deveria, então, repassar a verba atrasada, de cerca de R$ 60 milhões", disse.
Na manhã de ontem, antes de se encontrar com o prefeito, Yokota recebeu, por cerca de uma hora, os presidentes das 14 cooperativas. Eles reiteraram as reclamações expostas em documento enviado ao secretário na sexta-feira.
O secretário ouviu queixas quanto ao fluxo de recursos para as cooperativas, que já deixam de receber medicamentos devido às dívidas com fornecedores.
Segundo a Folha apurou, os presidentes disseram ao secretário que a qualidade do atendimento aos pacientes já está sendo prejudicada. Afirmaram ainda que alguns módulos ficariam impossibilitados de funcionar se a solução não aparecesse em uma semana.
Outra reclamação das cooperativas são os frequentes atrasos no repasse de verbas da prefeitura, já que gerenciam seus gastos de acordo com a arrecadação.
Os presidentes chegaram a cogitar ir à prefeitura para tentar uma audiência com Pitta, mas decidiram esperar o resultado da reunião entre o prefeito e Yokota.
O secretário da Saúde disse ontem que auditoria feita nos 14 módulos concluiu que houve problemas em quase todas as prestações de contas. Segundo ele, há casos de superfaturamento, serviços executados sem contratos e notas fiscais emitidas para trabalhos diferentes.
Ele disse que vai ouvir as diretorias dos módulos antes de aplicar eventuais punições.
(MT e RG)

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