São Paulo, terça-feira, 5 de agosto de 1997
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Greve traz caos aos correios americanos

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DE NOVA YORK

A maior greve da história da UPS (United Parcel Service), empresa que faz a entrega 12 milhões de encomendas e documentos por dia nos EUA, provocou um caos no correio norte-americano. A empresa responde por 80% do volume transportado no país. A greve começou ontem.
Em alguns postos, as filas dobraram em relação às de um dia normal. Para diminuir o tumulto, o correio limitou a quantidade de pacotes a quatro por pessoa.
Agências da Federal Express, concorrente da UPS, passaram a funcionar apenas até as 19h, duas horas a menos que o usual, devido ao excesso de pedidos.
O valor pago pela hora de trabalho aos empregados de meio período é menor do que o dado pela hora dos que atuam em período integral.
A UPS chegou a oferecer aumento salarial de US$ 2,5 por hora para os trabalhadores de meio período (que recebem US$ 9 por hora), contra US$ 1,5 para os demais (US$ 19,95/hora).
Propôs ainda criar mil cargos de período integral e transformar 10 mil dos atuais funcionários de meio período em "full-time". O sindicato, porém, chamou as ofertas da empresa de "ridículas".
"Nosso campo de ação é limitado", justificou Ken Sternad, porta-voz da UPS. "Como pagamos mais para trabalhadores 'full-time', precisamos contrabalançar com outros que não ganhem tanto. Só assim continuaremos sendo uma empresa competitiva." A empresa diz que a greve paralisa 5% da economia americana -um dado não confirmado pelo governo.
Apesar de se dizer preocupado com a situação, o presidente Bill Clinton deve se manter apenas como observador da greve.
"Ainda acho que as partes deveriam retornar à mesa de negociações", afirmou. Em cidades como Hartford (Connecticut) e Atlanta (Geórgia), os grevistas fizeram piquetes. Até o início da noite de ontem, seis haviam sido presos.
Fundada em 1907, a UPS, que faturou US$ 22,4 bilhões em 1996, teme que a greve a faça perder espaço para a concorrência.
Na sexta-feira, a iminência da greve fez a empresa ter seus pedidos reduzidos em 8%. Ontem, a UPS limitava-se a entregar produtos médicos e farmacêuticos e encomendas internacionais.
Os custos da greve, no entanto, não se limitam à empresa. O sindicato terá de dar uma ajuda de custo de US$ 55 por semana para cada trabalhador parado.

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