São Paulo, terça-feira, 5 de agosto de 1997
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Estudo liga doenças cardíacas à poluição

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A poluição do ar, principalmente a que é causada pelos automóveis e outros veículos, tem provocado cerca de 6.000 ataques cardíacos por ano no Reino Unido, segundo estudo publicado na edição de hoje da revista "Occupational and Environmental Medicine".
Segundo a pesquisa, um em cada 50 ataques cardíacos tratados em hospitais de Londres nas épocas mais frias do ano pode ser atribuído à poluição do ar. "Nossos resultados reforçam a hipótese da existência de uma relação causal (dos poluentes) com o infarto do miocárdio", dizem os pesquisadores da Escola de Medicina do Hospital St. George, de Londres.
Os cientistas trabalharam com dados sobre cerca de 400 mil internações ocorridas durante sete anos. Eles estabeleceram, por meio de cálculos estatísticos, associações "significativas" de quase todos os poluentes atmosféricos com a ocorrência de doenças cardiovasculares, segundo Jan Polniecki, membro da equipe.
Os cientistas associaram o óxido nítrico com ritmos cardíacos irregulares. O dióxido de enxofre foi relacionado com dores no peito. O monóxido de carbono foi identificado como provável causa de outras doenças cardiovasculares.
A queima de combustíveis derivados de petróleo nos motores de veículos urbanos não é a única fonte desses poluentes. Eles são emitidos também por indústrias e usinas de energia com a combustão de carvão e óleo.
Segundo os pesquisadores, processos biológicos desencadeados normalmente por esses poluentes, como as inflamações do aparelho respiratório, podem ativar as desordens cardiovasculares.
O único poluente que não foi relacionado com nenhuma disfunção cardíaca foi o ozônio, segundo Polniecki. Embora nas camadas mais elevadas da atmosfera essa substância bloqueie o excesso de radiação ultravioleta vinda do espaço, nos níveis mais baixos ela é considerada um poluente por provocar diversos problemas à saúde, como dores no peito e asma.
Os cientistas afirmam que devem ser feitos novos estudos com mais pacientes sobre a relação dos poluentes com doenças cardíacas.

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