São Paulo, terça-feira, 5 de agosto de 1997
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Brasil não vê corrida armamentista na AL

EUA voltam a vender para a região

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Luiz Felipe Lampreia, disse ontem no Rio de Janeiro que a decisão dos EUA de levantar o embargo à venda de armas sofisticadas aos países da América Latina não deve provocar uma corrida armamentista na região.
Em entrevista a correspondentes estrangeiros, Lampreia afirmou que "o Brasil vê essa questão com calma porque as condições na América Latina não são favoráveis para tal corrida armamentista".
O presidente dos EUA, Bill Clinton, pôs fim na semana passada à política existente havia 20 anos de não vender armas sofisticadas, como caças de alta performance ou outros equipamentos avançados, aos países latino-americanos.
Como o embargo era apenas político, e não uma lei, bastava a decisão do governo para a mudança.
Lampreia acrescentou que os orçamentos militares dos países da América Latina são "extremamente modestos", fator que impediria um aumento significativo na compra de armamentos por países da região.
"O governo brasileiro, para o momento, não pensa e tampouco tem projetos em andamento para comprar armas dessa natureza", afirmou o ministro.
A política de não vender armas sofisticadas aos países latino-americanos foi adotada pelos EUA durante a administração do presidente Jimmy Carter (que esteve no poder de 1977 a 1980).
À época, a maioria dos Estados da América Latina eram dominados por regime militares, e havia diversas rivalidades regionais.
Segundo autoridades norte americanas, existia uma "presunção da negativa", ou seja, pedidos de compras de armas do subcontinente eram negados de antemão.
Após a decisão do presidente Clinton, os pedidos serão analisados caso a caso, como todas as outras vendas realizadas pelos EUA.
O maior beneficiado imediato com o fim do embargo deve ser o Chile. O país já se mostrou interessado em adquirir os caças norte-americanos F-16.

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