São Paulo, quarta-feira, 6 de agosto de 1997
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Mães fazem manifesto por escolas desativadas

OTÁVIO DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

"A gente ouve no rádio que é crime não levar os filhos para o colégio, mas o governo também é responsável porque quer fechar a escola perto de casa", diz a empregada doméstica Vânia Marques Barbosa, 33.
Vânia, que tem um filho na escola Theodoro de Moraes, na Mooca (região sudeste de São Paulo), está organizando um abaixo-assinado contra o possível fechamento do colégio em 98, dentro do programa de reorganização das escolas da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.
Com cerca de 270 alunos, a escola teria capacidade para 700. "O governo não pode gastar com escolas ociosas. É melhor transferir os alunos para colégios próximos e oferecer um ensino melhor", afirma a secretária da Educação, Rose Neubauer, 52.
"A escola mais próxima fica a 2 km. Temos de levar as crianças, voltar e depois buscá-las de novo. Ao todo, são 8 km por dia", diz Maria Cristina Miranda, 38. "No mundo todo, as crianças andam uma média de 15 minutos para estudar", afirma Neubauer.
Desde 95, o governo já desativou 148 escolas consideradas ociosas, 23 delas em São Paulo. Segundo a secretaria, há 13.700 escolas no Estado, incluindo as rurais. "Temos mais escolas que a Inglaterra", afirma Rose Neubauer.

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