São Paulo, quarta-feira, 6 de agosto de 1997 |
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Proposta do Estado faz invasor deixar casa
MARCELO OLIVEIRA
O grupo ficará por um período de três dias na Escola Estadual Professora Francisca Teixeira Camargo, na Penha (zona leste). A escola estava desativada desde o ano passado. Durante esse período, a ULC (Unificação das Lutas de Cortiços) negociará com o governo uma solução para os cem invasores que mudarão para a escola. Outros 70 invasores deverão permanecer em casas de parentes ou nos cortiços e favelas de origem até que seja solucionado o problema. Ontem, para ratificar a reintegração de posse, um grupo de cerca de 20 encortiçados deixou o prédio, foi limpar a escola e adaptá-la aos invasores. A reintegração foi assinada pela advogada Michael Mary Nolan, que trabalha no escritório do deputado federal Luís Eduardo Greenhalgh (PT-SP) e defende a ULC. A maior parte do grupo deve deixar o prédio somente hoje pela manhã, em ônibus que serão fornecidos pela Secretaria da Fazenda para esse fim. A negociação com a Casa Civil foi intermediada, desde as 7h, pelo promotor da cidadania Clilton Guimarães dos Santos, pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e pelos deputados estaduais Paulo Teixeira (PT) e Jamil Murad (PCdoB). Um total de 217 policiais militares participou da operação. Eles eram do 7º Batalhão de Choque, do Batalhão Feminino e dos bombeiros. Os policiais não portavam revólveres, apenas cassetetes. Intervenção do juiz A proposta de desocupação pacífica do imóvel só começou a ser fechada à tarde, quando o juiz Luis Paulo Aliende Ribeiro, da 5ª Vara da Fazenda Pública, que concedeu a liminar de reintegração de posse, interviu nas negociações. Aliende Ribeiro disse aos intermediadores e representantes da ULC que a reintegração seria adiada caso o governo não oferecesse outra alternativa a não ser vagas em um albergue do Cetren (Centro de Triagem e Encaminhamento), recusadas pelos invasores. A proposta de transferência para o Cetren foi feita pelo representante do governo, o chefe de gabinete da Secretaria da Casa Civil, Flavio Patrício. Ele havia dito que o governo só negociaria após a desocupação do imóvel. Quando concedeu a liminar à Secretaria da Fazenda, Aliende determinou que ela fosse responsável por alojamentos para os invasores. O juiz afirmou que o Cetren não oferecia condições para abrigar as famílias e nem vagas para todos. O senador Suplicy esteve no Cetren no início da tarde e no local só havia 60 vagas. Texto Anterior: Subprefeito de Jacarepaguá e Barra é detido no Rio de Janeiro Próximo Texto: Líder é irmão do cantor Chico César Índice |
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