São Paulo, domingo, 10 de agosto de 1997 |
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DST 'dribla' camisinha no contato sexual
JAIRO BOUER
Essa quebra da proteção pode ocorrer quando os parceiros não usam o preservativo desde o início do contato sexual ou, no caso de alguns vírus, ela acontece, mesmo com o uso correto da camisinha, quando a lesão está fora da área de proteção do preservativo. Quando um casal, já sem roupas, troca carícias íntimas preliminares, a região genital do homem entra em contato direto com a região genital da mulher. Se existe uma lesão em um dos parceiros, o outro pode ser contaminado. O uso da camisinha desde o início do contato sexual -e não apenas no momento da penetração ou da ejaculação- pode evitar o contato direto entre o pênis (local mais frequente de lesões no homem) e a região genital da mulher. Walter Belda Júnior, coordenador do ambulatório de DSTs do departamento de dermatologia do Hospital das Clínicas da USP, explica que, a rigor, qualquer DST (tanto as causadas por bactérias como por vírus), podem ser transmitidas durante uma carícia preliminar sem proteção. Belda Júnior explica que só a fricção entre as regiões genitais dos parceiros já pode favorecer a transmissão dos agentes infecciosos. É o que acontece, por exemplo, quando um homem encosta o pênis na vulva ou na região pubiana da mulher sem estar com preservativo. Dácio Burjato Júnior, coordenador da liga de combate à sífilis e outras DSTs da Faculdade de Medicina do HC-USP, diz que basta haver um agente infeccioso e uma "porta de entrada" -ferimento na pele, contato com mucosa (revestimento interno dos genitais) para que a transmissão aconteça. Segundo Burjato Júnior, o ideal seria colocar a camisinha assim que a roupa fosse retirada. A transmissão de alguns vírus, que provocam lesões em qualquer parte da região genital, pode acontecer mesmo com o uso correto da camisinha. Um homem, por exemplo, que tenha um condiloma fora do pênis, não vai estar isolando o vírus causador da sua doença (HPV) quando usa a camisinha. A mesma situação pode acontecer com o poxvírus -causador de uma doença conhecida como molusco contagioso (veja quadro ao lado). Segundo Belda Júnior, é importante uma seleção mais criteriosa dos parceiros e até um exame visual da região genital da outra pessoa antes do contato sexual. Uma ferida ou uma verruga servem como um sinal de alerta. Texto Anterior: Cresce prazo para cadastro de estrangeiros Próximo Texto: Saiba mais sobre os vírus que podem ser transmitidos pelo contato sexual Índice |
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