São Paulo, domingo, 10 de agosto de 1997
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Mecatrônica ganha destaque no mercado

DA REPORTAGEM LOCAL

A mecatrônica ainda é pouco conhecida, mas "a profissão vai de bem a melhor", na opinião de João Ricardo Santa Rosa, 47, diretor da Escola Armando de Arruda Pereira, do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).
Uma das vantagens da atividade é que ela existe em nível técnico e superior -nesse caso, trata-se de engenharia mecânica com habilitação em automação de sistemas.
O profissional trabalha em uma área que hoje é considerada primordial para a maioria das empresas: desenvolvimento de projetos de automação industrial e de equipamentos controlados por computador. Em outras palavras, ele projeta robôs e peças que têm como objetivo aumentar a produção.
Outra de suas funções pode ser a de controlar o processo produtivo ou de criar programas de computador que possam ser utilizados para analisar e controlar a manufatura e a produção da empresa.
Como o profissional contribui para o aumento da produtividade e da qualidade do que é fabricado pela empresa, seu trabalho é cada vez mais solicitado, segundo o Senai. "A demanda já é grande e vai aumentar muito no país todo."
O diretor do Senai exemplifica: "Colocamos cerca de 170 técnicos no mercado de trabalho todos os anos. Como fazemos um acompanhamento da carreira deles, sei que 95% estão empregados".
Marco Aurélio Benevides Vituzzo, 39, gerente de engenharia de processo da Kodak, concorda. De acordo com ele, enquanto há seis ou sete anos não existiam formados em mecatrônica na empresa, só entre dezembro de 1996 e julho de 1997 foram contratados sete.
"Esses profissionais ajudam a reduzir o preço do produto e a aumentar a qualidade. Também proporcionam tecnologia a um custo baixo. É o que todos buscamos."
O técnico começa ganhando cerca de R$ 1.100 em grandes empresas, segundo ele. O salário médio é de R$ 1.600. Engenheiros ganham mais -a média é R$ 2.500.
Celso Massatoshi, 33, professor do departamento de engenharia mecânica da USP (Universidade de São Paulo), afirma que o engenheiro mecatrônico não encontra dificuldades em se empregar.
"Não é nenhuma maravilha, o que não acontece com profissão nenhuma aqui, mas há emprego, o que já é uma grande coisa."
A grande vantagem da profissão, na opinião dele, é que ela oferece um conhecimento multidisciplinar -de eletrônica e mecânica-, o que se torna um diferencial.
"A área deve crescer mais porque oferece o que o mercado precisa, ou seja, um profissional com vários tipos de conhecimento."

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