São Paulo, domingo, 10 de agosto de 1997
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Profissionais estudam o problema

Poluição visual volta à tona

CLEIDE FLORESTA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Um grupo de profissionais, entre arquitetos, decoradores e psicólogos, retomou a discussão sobre a poluição visual na cidade de São Paulo. O objetivo é conseguir fazer propostas para pelo menos minimizar os efeitos negativos causados pelo excesso de placas, outdoors e anúncios publicitários.
Formado há dois meses, o grupo, segundo o arquiteto Roberto Aflalo, ainda está na fase inicial do trabalho. No momento, a equipe realiza pesquisas fotográficas para identificar as regiões com o maior número de anúncios e analisa a legislação municipal.
O trabalho do grupo vai na mesma direção do que é realizado pela Associação Viva o Centro e pela Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU), ligada à Secretaria da Habitação, que é formada por várias entidades.
Segundo Eduardo Della Manna, 39, representante da Federação do Comércio na CPPU, a principal função da comissão é analisar os pedidos que chegam à prefeitura para colocação de anúncios (quando não são especificados na legislação) e oferecer soluções para problemas emergentes.
Nesse sentido, eles já estão estudando a melhor forma de reverter o problema no Centro paulistano, onde a poluição visual é considerada crítica. Uma das propostas é fazer com que os anúncios das lojas sejam menores e mais discretos.
Marco Antonio Marchioli Lopes, 33, gerente de comunicação e promoções da Pananco Spal, fabricante da Coca-Cola, defende a idéia de que as empresas não podem prejudicar a paisagem da cidade. Ele acha que fachadas de prédios são importantes para a publicidade e que ela não representa uma agressão ao imóvel.
Lopes argumenta que, com o dinheiro da locação do espaço para publicidade, os condôminos podem realizar melhorias no prédio.
Ao todo, a Pananco Spal possui 70 anúncios em fachadas de prédios. O valor pago pela locação está em torno de R$ 1.500 por mês, segundo Luiz Carlos Perez, 46, sócio da Minister, empresa que administração um desses prédios.
Quanto à retirada da publicidade da fachada de um prédio, o assunto sempre gerou polêmica. O dono do auto-elétrico na esquina da rua Maria Antonia com a rua da Consolação, João Matias Afonso, diz que é um absurdo. "A placa é a minha identidade."

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