São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 1997
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PM de Campinas adota rodízio de armas

DA FOLHA CAMPINAS

Policiais militares de Campinas criaram um rodízio de armas para conseguir trabalhar.
Segundo o comandante do 8º Batalhão da Polícia Militar, Antonio Fernando Galasso, 47, a corporação tem cerca de 700 armas para aproximadamente 1.100 policiais.
Galasso afirmou que fará um levantamento sobre o número de armas que a polícia tem em condições de uso.
O comandante interino do CPA (Comando de Policiamento de Área) em Campinas, Gilson Lopes, falará hoje sobre o assunto, segundo uma funcionária que se identificou apenas como Maria.
O rodízio é confirmado por um relações públicas da PM (Polícia Militar), que pediu para não ter seu nome divulgado.
Com o sistema, o policial sai do trabalho e deixa sua arma para ser usada pelo colega que o substitui no turno seguinte.
O rodízio falha quando o policial que está no patrulhamento com a arma demora para voltar ao seu posto.
O problema acontece porque não há armas suficientes para todos os policiais.
A existência do rodízio também é confirmada por um integrante do 35º Batalhão da PM em Campinas, que também não quer se identificar.
Segundo ele, há 369 revólveres para serem usados pelos 567 policiais do batalhão.
O 35º Batalhão é formado pelos grupos especializados da PM, como o de Choque, que faz o policiamento em jogos de futebol e manifestações públicas.
O policial disse que há revólveres com até 40 anos sendo usados pela corporação.
O 8º Batalhão é responsável pelo patrulhamento comum e tem o maior número de homens espalhados pela cidade.
O policial que não tem arma para usar espera a volta de outro que esteja com o revólver ou sai com pelo menos um colega armado.
As armas são usadas na maioria das vezes pelos policiais que têm mais anos de profissão. Os recrutas são chamados de estagiários pelos colegas mais velhos.
Apuração
A falta de armas para a Polícia Militar será apurada pela CEI (Comissão Especial de Investigação) que apura o aumento da violência em Campinas.
O presidente da CEI, vereador Romeu Santini (PFL), disse que pedirá esclarecimentos sobre o problema ao comando da PM.
Segundo ele, o relatório da CEI ficará pronto até o final do mês. A previsão é que o processo seja concluído em setembro.
Ele disse que tem informações sobre a deficiência da PM e quer aprofundar as investigações. Os comandos dos batalhões poderão ser convocados a depor.

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