São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 1997
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Centro cirúrgico está fechado

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Pastoral Carcerária quer que a saúde do preso seja cuidada pela Secretaria da Saúde e não pelo sistema penitenciário.
O padre Francisco Reardon, dessa pastoral, diz que a precariedade do sistema de saúde está entre as principais causas de rebelião nos presídios.
O único centro cirúrgico das 43 unidades do sistema no Estado de São Paulo, no Carandiru, está abandonado há dez anos.
Há cinco dias, a Justiça determinou uma perícia no Hospital Penitenciário para averiguar irregularidades apontadas pelo Ministério Público e por instituições de direitos humanos.
Pela legislação, a saúde dos detentos é responsabilidade do Ministério da Justiça. Sem poder, o Ministério da Saúde vem realizando parcerias com as secretarias estaduais responsáveis pelos presídios. "A prevenção é nossa principal preocupação", diz Cristina Pimenta, da coordenação de DST-Aids do Ministério da Saúde. Para os presídios que solicitam, o ministério diz garantir a medicação necessária.
Presidiários que precisam de cirurgia ou tratamentos complexos são transferidos para hospitais da rede pública, mas dependem de escolta e da boa vontade de funcionários.
Paulo Sampaio, diretor de saúde do sistema, diz que a saúde precisa de autonomia e completa reestruturação. "Só assim esse quadro pode ser mudado."
O sindicato dos funcionários dos presídios defende que 7% do orçamento do sistema sejam destinados à saúde.
Sujeitos a pegar Aids e tuberculose, e com frequentes problemas psiquiátricos, eles também dependem do sistema de saúde dos presídios.
(AB)

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