São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 1997 |
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A bola sonolenta e as lições para Zagallo
ALBERTO HELENA JR.
* O Atlético é o campeão do Centenário, com todos os méritos, mas esse Cruzeiro ameaça ser o grande time da virada do século. Afinal, na Toca ceva-se uma geração de ouro, formada pelo lateral-direito Ricardo, o quarto-zagueiro Odair (porte de seleção), o meia Giovanni, de disparos mortíferos, e, sobretudo, esse centroavante Fábio Jr. Por que, então, perdeu? Entre outras coisas (por exemplo: a boa marcação exercida pelo Vingador), pelo excesso de juventude e pela ausência do já veterano, embora jovem ainda, Elivélton, um jogador precioso para qualquer treinador. Além do mais, o Galo também mostrou seu lado juvenil de imenso futuro: o volante Bruno, o lateral-esquerdo Dedê e o avante Hernani. Resumindo: dentro de campo, somos de uma riqueza inesgotável, que nem os desmandos dos cartolas conseguem extinguir. * O que a Folha nos revelou do anteprojeto Pelé, na sexta-feira, graças à solércia do companheiro Marcelo Damato, deixou-me a sensação de que a banda está tocando vários tons acima da partitura. Quanto à criação de tribunais independentes das federações e confederação, isso é uma imposição. Veja-se o ridículo a que se prestou o Tribunal da CBF no escândalo do apito. Mas, vou além -ou aquém: o que, na verdade, se deveria fazer era acabar com todos esses tribunais de fancaria. Em seu lugar, ágeis comissões disciplinares, compostas por pessoas de bem, talvez indicadas pelo Ministério Público, sei lá, que pudessem recorrer aos subsídios disponíveis, incluindo VTs e quejandos. Mas, antes, é preciso reformular o CBDF, o código que regula a disciplina dos atletas e dos dirigentes. Algo sucinto, claro e com penas equivalentes à dimensão do delito. Por fim, as ligas, que a própria reportagem considera de efeito duvidoso, desde que precisam do reconhecimento da Fifa. Ora, na prática, no nível nacional, ela já existe. É o Clube dos 13, que decide qual o sistema de disputa do Campeonato Brasileiro e fecha os acordos com as TVs. E aqui está o nó: basta esses luminares bolarem uma fórmula simples, que valorize a disputa de títulos (já cansei de indicar aqui mesmo o caminho das pedras), e, com qualquer legislação, nosso futebol vai subir como um foguete, fora do campo, assim como dispara dentro das quatro linhas há décadas. Texto Anterior: Ânderson ganha jogo e a preferência Próximo Texto: A voz do povo Índice |
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