São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 1997
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Enxadrista 'retrógrado' vira mestre

FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de dois anos, o Brasil conseguiu formar um mestre internacional de xadrez.
O paulista Mauro Guimarães de Souza, 29, conseguiu o título, o segundo em importância no xadrez, utilizando um método tradicional.
Diferentemente da maioria dos enxadristas atuais, Souza não utiliza o computador para treinos e estudos. Ele prefere os livros.
"Não consegui me adaptar", diz Souza, que defende a cidade de Osasco e é professor particular.
"Acho muito melhor estudar com as peças em um tabuleiro. A tela do computador me cansa."
O método de estudo escolhido por Souza ocupa 3 horas diárias e lhe traz alguns inconvenientes.
Como prefere jogadores mais "clássicos" (do começo do século), Souza tem dificuldade para encontrar material.
"Há muitos livros para iniciantes, mas livros mais sofisticados são bem mais raros. Muitas vezes tenho que importar."
Se o computador não empolga Souza, os confrontos entre homem e a máquina também não.
O desafio entre Deep Blue, um supercomputador, e Garry Kasparov, campeão mundial, realizado recentemente não o empolgou.
"Acompanhei alguma coisa, mas não dei muita atenção."
Deep Blue venceu o confronto, mas não convenceu Souza.
"Kasparov apresentou um jogo bem abaixo do que o normal. Em uma partida ele foi derrotado em apenas 19 lances", disse Souza, apontado que isso nunca havia ocorrido na carreira do russo.

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