São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 1997
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Você não seria o que é sem Elvis

THALES DE MENEZES
DA REPORTAGEM LOCAL

Você pode não gostar de Elvis Presley, ou talvez nem conheça direito sua carreira. De uma coisa, porém, pode ter certeza: sem ele, ninguém, nem você, seria do jeito que é hoje.
Simples e inapelável: Elvis inventou o rock and roll. E o rock influenciou toda a juventude ocidental de 1954 para cá. Sem Elvis, não existiriam os Beatles. Sem eles, a revolução cultural dos anos 60 -drogas, cabelos compridos, amor livre...- não seria a mesma, ou poderia até não ter ocorrido.
A cara que a juventude tem hoje, mesmo multifacetada em várias tribos, nasceu da influência do rock. E o rock nasceu com Elvis.
No próximo sábado, milhares de fãs por todo o planeta vão prestar homenagens a Elvis. No dia 16 de agosto de 1977, o maior cantor da história do rock morreu em sua casa, em Memphis (EUA), aos 42 anos. Se estivesse vivo e sessentão, provavelmente não seria o mito que a morte só fez crescer.
Quem tem menos de 30 anos pode ter dificuldade em entender o que Elvis representou. Os mais jovens estão acostumados a vê-lo todo arrumadinho em filmes bobocas, reprisados sem parar na "Sessão da Tarde" ou gordo e decadente nos shows dos anos 70.
Antes disso, Elvis revolucionou tudo na década de 50. Sem ele, o rock seria um ritmo negro, sem penetração entre a maioria branca dos EUA. O jeito como mexia os quadris, que lhe deu o apelido de "Elvis, the Pelvis", pulverizou a libido das garotas. A ponto de a censura dos anos 50 proibir que ele fosse focalizado da cintura para baixo na televisão.
Toda a rebeldia e contestação de Elvis foram podadas por seu empresário, Coronel Parker, que convenceu Elvis a servir o Exército para dar exemplo aos jovens. Depois de quase dois anos de farda, Elvis se dedicou exclusivamente ao cinema, outra orientação de Parker. Fez apenas filmes medíocres, enquanto discípulos como os Beatles e os Stones incendiavam a década de 60 com muito rock and roll.
Os anos de decadência foram apagados pela comoção causada por sua morte. Muitos fãs se recusam a acreditar nela e relatam ter visto Elvis vivo, criando teorias a respeito de o cantor ter forjado tudo para cair no anonimato.
Delírios à parte, Elvis Presley continua vivo na cultura pop.

Acontece a partir dessa quarta-feira até domingo a Semana Elvis, com exposição de objetos que pertenceram a Elvis e exibição de vídeos do cantor. No Ática Shopping, que fica na av. Pedroso de Moraes, 858, Pinheiros, tel. (011) 867-0022. Horário: das 10h às 24h.

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