São Paulo, terça-feira, 12 de agosto de 1997
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PF acha resíduo suspeito em apartamento

CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Federal admitiu ontem ter encontrado o que pode ser o elo de ligação entre o professor de mecânica Leonardo Teodoro de Castro e a explosão no interior do Fokker-100 da TAM no dia 9 de julho.
Um delegado de São Paulo afirmou que resíduos de substâncias químicas relacionadas com a explosão foram encontrados no apartamento de Castro durante as duas buscas realizadas pelos agentes federais, a segunda delas com o acompanhamento de técnicos do CTA (Centro Técnico Aeroespacial), órgão da Aeronáutica.
O policial preferiu não revelar quais substâncias foram achadas no apartamento do instrutor. Se limitou apenas a negar que seja algo relacionado com pólvora.
Ele declarou ainda que o laudo do CTA, que analisou as causas do acidente juntamente com peritos do Secrim (Serviço de Criminalística) da PF, já está pronto. Segundo ele, o caso deve ser encerrado nos próximos dias.
"Isso pode ter mil explicações", afirmou Tales Castelo Branco, advogado de Castro, a respeito dos resíduos. "Não se formou ainda um conjunto de elementos que conduza para uma explicação lógica." Castelo Branco já admite a hipótese de seu cliente ser indiciado. "Não posso ser ingênuo."
Os peritos do IC (Instituto de Criminalística) da Polícia Civil que também investigaram as causas da explosão no Fokker-100 da TAM afirmaram estar tranquilos com relação às análises realizadas em seus laboratórios.
Anteontem, um delegado da PF afirmou ser grande a possibilidade de existir divergências entre os laudos do IC e do CTA.
Para o IC, a explosão foi provocada por um artefato de nitrato de amônia acionado por um detonador de stifinato de chumbo. A PF contesta, principalmente com relação ao detonador.
O estado de saúde de Castro, que está internado há um mês na UTI do Hospital São Paulo, piorou bastante. De anteontem para ontem, o paciente precisou novamente ser ligado a um respirador artificial.
Castro foi atropelado por um ônibus um dia após ter seu apartamento revistado pela primeira vez pelos policiais federais.
"Ele está demorando muito para se recuperar. Toda vez que a gente pensa que ele está melhorando, aparece algum tipo de agravamento", declarou Pestana.

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