São Paulo, terça-feira, 12 de agosto de 1997
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Hamas faz ameaça aos palestinos

Grupo quer conter ação de Arafat

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O grupo islâmico radical Hamas ameaçou cometer ações contra palestinos se o líder Iasser Arafat atender os pedidos de Israel no campo da segurança.
O governo israelense exige que a Autoridade Nacional Palestina (ANP), presidida por Arafat, tome medidas efetivas para combater o terror -entre elas, a prisão de membros do Hamas e da Jihad Islâmica, outro grupo radical.
"Isso seria perigoso, não apenas para ele (Arafat). Isso levaria a uma luta de palestinos contra palestinos", afirmou na Jordânia Ibrahim Ghoche, porta-voz do Hamas (Movimento de Resistência Islâmico).
As negociações de paz entre palestinos e israelenses foram suspensas em 30 de julho, quando duas bombas explodiram na parte judaica de Jerusalém. Ontem, o número de mortos subiu para 16 -morreu um dos feridos no atentado, o israelense Eli Adourian, que estava hospitalizado.
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, acusa Arafat de não combater o terror. O governo de Israel isolou os territórios controlados pela ANP e congelou o repasse de verbas à entidade para pressionar o líder palestino.
Arafat rebate afirmando que os terroristas de Jerusalém não saíram dos territórios autônomos palestinos e que a ANP não pode ser responsabilizada. Ele disse que o governo israelense está punindo injustamente os palestinos.
Ontem, milhares de árabes foram às ruas de Gaza pedir o fim do bloqueio israelense -a maioria dos moradores das áreas autônomas trabalham em Israel. Os manifestantes exigiam também a libertação de prisioneiros palestinos detidos em Israel.
Em Ramallah, norte da Cisjordânia, cerca de 50 jovens atacaram soldados israelenses. Os choques acabaram após intervenção das forças de segurança palestinas.
As declarações do Hamas e os protestos anti-Israel ocorreram um dia depois da reunião patrocinada pelo enviado dos EUA para o Oriente Médio, Dennis Ross, entre Arafat e autoridades israelenses.
Ross, que chegou à região no último fim-de-semana, afirmou que o encontro versou principalmente sobre questões de segurança. "Deve haver uma base em matéria de segurança para sustentar e fazer avançar o processo de paz."
Outra reunião entre negociadores palestinos e israelenses estava prevista para ontem. A secretária de Estado dos EUA, Madeleine Albright, deve ir à região este mês.
Explosões
Uma bomba explodiu ontem em Afula, norte de Israel, sem provocar vítimas, disse a rádio estatal do país. Não há detalhes sobre a explosão, que ocorreu próximo a um clube militar da cidade.
Em outro incidente, um palestino morreu quando manuseava um explosivo em Huara, próxima a Nablus (Cisjordânia).
Segundo testemunhas, o verdureiro Ioussef Hadaui não sabia que estava mexendo em uma bomba.

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