São Paulo, quarta-feira, 13 de agosto de 1997
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Pitta reúne secretários para abafar crise

MAURÍCIO RUDNER HUERTAS
MAURO TAGLIAFERRI

MAURÍCIO RUDNER HUERTAS; MAURO TAGLIAFERRI
DA REPORTAGEM LOCAL

Prefeito admite dificuldades, pede colaboração das secretarias e tenta provar que está no comando

O prefeito de São Paulo, Celso Pitta, reuniu ontem todos os secretários municipais, presidentes de empresas públicas e autarquias para tentar evitar uma crise política movida pelas dificuldades financeiras da prefeitura.
Em quase duas horas de conversa, Pitta reconheceu a crise no caixa do município, mas afirmou que tem o controle da situação.
A reunião de ontem também serviu como avaliação da administração no primeiro semestre.
A Folha apurou que o prefeito estava descontente com a atuação descompassada das secretarias na crise. Como alguns secretários têm pretensões eleitorais para o ano que vem, Pitta resolveu adverti-los de que todos integram o governo e devem colaborar para recuperar as finanças da cidade.
A maior preocupação do prefeito é provar que mantém o domínio político e administrativo no município, para evitar que outros secretários repitam a atitude do vice-prefeito Régis de Oliveira, que criticou o governo publicamente.
"Estamos passando por dificuldades transitórias", afirmou o prefeito na reunião. "O que eu peço a todos é que compreendam este momento de contenção de gastos e colaborem, nos próximos 90 dias, até reequilibrarmos as finanças."
As contas municipais estão em baixa devido às dívidas de curto prazo herdadas da gestão Paulo Maluf e à arrecadação do ICMS abaixo da expectativa.
"O endividamento da prefeitura não representa obstáculo à administração, é absolutamente compatível com o nível de arrecadação", declarou o prefeito.
Pitta disse aos secretários que os setores sociais -saúde e educação em especial- serão privilegiados e que a contenção prosseguirá nas demais áreas.
As obras da prefeitura continuarão em ritmo lento.
"As obras com financiamento externo ou interno estão em andamento. As demais também estão, num ritmo adequado à disponibilidade de recursos. E serão iniciadas novas à medida que as atuais forem concluídas", afirmou ele.
O secretário da Habitação, Lair Krahenbuhl, por exemplo, admite que não vem cumprindo o cronograma de construção de conjuntos habitacionais porque depende que a canalização de determinados córregos seja feita antes.
Enquanto o prefeito prevê para daqui a 90 dias a retomada do ritmo das obras, o secretário das Finanças, José Antonio de Freitas, disse que a partir de setembro as contas estarão mais estáveis, com a entrada de recursos pela cobrança de taxas e impostos atrasados.

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