São Paulo, quarta-feira, 13 de agosto de 1997 |
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Bernardinho faz programa 'caça-talento'
JOSÉ ALAN DIAS
No Centro Rexona, um convênio entre a multinacional Gessy Lever e o governo do Paraná, o técnico orienta a iniciação esportiva de 1.600 crianças de 9 a 14 anos. Na sede, no ginásio do Tarumã, em Curitiba, Bernardinho se divide entre comandar as aulas para 600 crianças e os treinos da equipe feminina do Rexona, que vai disputar a Superliga desta temporada. O projeto ainda conta com dez núcleos (dois em Curitiba) e oito no interior. A meta até o final deste ano é chegar a 30 núcleos, com um total de 3.000 crianças. Na primeira "peneira", em fevereiro, 2.500 se candidataram. Ao contrário do procedimento habitual, na seleção, a preferência recaiu sobre aqueles que não tinham qualquer vinculo com o vôlei. Requisitos como a altura foram relegados a segundo plano. "O primeiro passo é incutir na criança a paixão pelo esporte. Massificar o vôlei. Quando se consegue isso, você começa a pensar em descobrir novos talentos", diz Bernardinho. Ele aponta outro fator para esse procedimento: evitar que o programa se torne um "predador". "A gente não quer crianças que estão treinando em outros lugares abandonem seus clubes e venham para cá. Viemos fortalecer, não desestruturar o que já existe." Em vez disso, o programa está se tornando um "exportador". "Algumas de nossas crianças foram convidadas por outras equipes. São crianças que têm futuro no vôlei." No próximo ano, devem ser formadas as primeiras equipes para disputa de campeonatos. O objetivo é disputar as categorias pré-mirim (até 12 anos), mirim (13) e infantil (14). Aproveitando o fato de haver a equipe adulta, na qual atua Fernanda Venturini, da seleção brasileira, deve ser formada ainda uma equipe feminina juvenil (até 18). Para garantir a uniformidade nos treinos, os professores dos núcleos fazem um curso de uma semana, com oito horas por dia. Técnicos de equipes e preparadores físicos também estão tendo aulas elaboradas por Bernardinho. Manutenção Na consolidação do programa, a Gessy Lever está investindo US$ 4 milhões anuais (incluindo a verba para a equipe principal). O governo, por sua vez, fornece a infra-estrutura. Cedeu o ginásio do Tarumã, que foi inteiramente reformado pela multinacional. Nas cidades onde funcionam os núcleos, a exigência básica é de que as quadras públicas sejam de cimento e cobertas. Texto Anterior: TODOS OS CAMPEÕES Próximo Texto: Olympikus segue estratégia paranaense Índice |
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