São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 1997
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Para Iris, juíza deve ficar acima de pressões

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Na avaliação do ministro Iris Resende (Justiça), a juíza do caso pataxó não deve ser influenciada pelas manifestações contrárias à sua decisão, de não considerar homicídio a morte de Galdino Jesus dos Santos.
Entidades ligadas à defesa dos direitos humanos já programaram manifestações em Brasília contra a decisão.
Para Rezende, a Justiça deve ficar acima dessas pressões: "O juiz não pode absolver ou condenar pensando na reação de terceiros. Se ele agir assim, a própria Justiça passará a desmerecer a credibilidade".
Para o ministro, "vale a intenção dos réus". Como exemplo, ele citou a hipótese de alguém "irresponsavelmente" manusear um revólver e provocar um disparo que cause morte, sem ter pretendido esse resultado.
Já José Gregori, secretário nacional de Direitos Humanos, acredita que o Ministério Público do Distrito Federal irá contestar a decisão da juíza para manter a denúncia de homicídio qualificado contra os quatro acusados maiores -Max Rogério Alves, Antônio Novély Cardoso de Vilanova, Tomás de Oliveira Almeida e Eron Chaves de Oliveira.
Um menor também participou da ação e está internado em instituição para infratores no DF.
Prisão preventiva
Além de acusar os quatro por lesão corporal seguida de morte, a juíza já havia negado revogação da prisão preventiva pedida pela defesa dos acusados.
Os quatro confessaram, em depoimento, que atearam fogo em Galdino Jesus dos Santos, no dia 20 de abril, quando o índio dormia em uma parada de ônibus em Brasília. Galdino morreu 15 horas depois. Teve queimaduras de terceiro grau em 85% do corpo e lesões de segundo grau em 10%.

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