São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 1997 |
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O técnico judoca japonês e o Milton Nascimento
MATINAS SUZUKI JR.
Mas ele exagerou na dose: o que se viu, de início, foi uma seleção japonesa excessivamente cautelosa, excessivamente submissa à fama e ao poderio do adversário, incapaz de contragolpear. Resultado: como teste para o Brasil, a partida na Tóquio tão longe resultou tão pouco. No final das contas, a seleção volta de mais um tour da Nike com as mesmas dúvidas que foi: não há conclusão sobre os goleiros, não há conclusão sobre os zagueiros de área, ainda falta uma definição mais adequada dos papéis de Denílson e Leonardo. Quem mais ganhou com a excursão foi o Romário que, sem estar convocado, voltou ao Brasil para ser pai pela terceira vez: pelo andar das divisões de frente da seleção brasileira, ele continua como o favorito absoluto para se alinhar ao lado de Ronaldinho. * Grupos de brasileiros (nos quais incluo inclusive os de jornalistas pátrios), de uma maneira geral, e torcedores de seleção brasileira, em particular, costumam ter um péssimo comportamento no exterior (também os torcedores ingleses, também os torcedores holandeses, acrescento). Alguém -um sociólogo ou talvez um antropólogo- ainda vai explicar essa conduta, essa liberação de instintos reprimidos pela civilização e pela cultura que atinge os grupos patrícios em terras estrangeiras. Não tenho condições de avaliar o que ocorreu na saída do estádio de Osaka após o jogo do Brasil com o Japão. Mas, conhecendo bem o torcedor brasileiro e conhecendo bem o torcedor japonês (que não é santo, mas, em geral, muito educado e encara com alegria extrema a presença da seleção brasileira em seu país), eu não me surpreenderia com a notícia dando conta que a confusão de Osaka começou mais do lado verde-amarelo do que do lado nipônico. No estrangeiro, não é incomum que a seleção brasileira encante, e o torcedor brasileiro... desencante. * Vendo a beleza que foi o Chico César cantando o Hino Nacional brasileiro, lembrei-me que sugeri, aqui na coluna, que a Federação Paulista convidasse o Milton Nascimento para cantar o Hino na final de um Paulista (seria um momento cívico, de aproximação épica entre as torcidas). Sabe quem o Farah convidou? O Agnaldo Timóteo. Texto Anterior: Cruzeiro vence e é bi na Libertadores Próximo Texto: "Merreca" não Índice |
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