São Paulo, sexta-feira, 15 de agosto de 1997
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Brasil feliz

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Bill Clinton, a um ano da reeleição, caía nas pesquisas. Os eleitores americanos queriam um conservador, o que não era sua imagem. Clinton trocou de publicitário e venceu.
Fernando Henrique, a um ano da reeleição, vem de encontrar-se há dias com um novo provável publicitário, Duda Mendonça, que já alterou seu vocabulário.
FHC está bem nas pesquisas, mas sabe que sua imagem é, quando muito, de um moderado. Pior, um realista, um estabilizador, pouco sensível aos "pequenos", aos "pobres".
As duas expressões surgiram semana passada, em discurso de FHC na televisão, bem como a da "felicidade". Ontem esta se repetia, como um inesperado slogan, que tem tudo do publicitário baiano:
- Brasil feliz.
Nem Brasil em Ação, nem Brasil Real, dois motes que vêm sendo usados nas campanhas publicitárias do governo. O que FHC quer mesmo para o seu "povo" é a tal da felicidade.
Melhor dizendo, FHC quer tudo. Quer um "tripé", como ele próprio anunciou, ontem: Real (estabilidade), Ação (desenvolvimento) e Felicidade (bem-estar).
Ou, segundo trecho de seu discurso:
- É o grande desafio daqui para a frente: um cimento que solde a estabilidade com o desenvolvimento e com o bem-estar.
A direita, o centro e a esquerda. Para não perder voto algum.
*
O Você Decide, com seu antagonismo dirigido, tem o poder de arrancar o pior dos brasileiros.
O ator Tony Ramos anunciou constrangido, ontem, depois de uma das edições mais concorridas do programa:
- A maioria escolheu que Ronaldo deveria expulsar os sem-terra de sua propriedade com apoio da polícia...

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