São Paulo, sexta-feira, 15 de agosto de 1997
Próximo Texto | Índice

PF conclui que professor explodiu avião

CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O delegado da Polícia Federal Pedro Sarzi Júnior, responsável pelo inquérito que apura a explosão no interior do Fokker-100 da TAM, no último dia 9 de julho, afirmou ontem que as investigações estão concluídas.
A explosão provocou a morte do engenheiro Fernando Caldeira de Moura, que foi expelido do avião a uma altitude de 2.400 metros.
Castro foi considerado um dos suspeitos, segundo o delegado, desde o início das investigações, ou seja, logo após o pouso do avião no aeroporto de Congonhas (zona sudoeste de São Paulo).
O avião veio de Vitória (ES) a São Paulo, com escala em São José dos Campos, onde Castro embarcou.
Pelo que viu e ouviu dos passageiros, logo após o pouso, o delegado achou melhor colher primeiro o depoimento de Castro.
As suspeitas aumentaram com o depoimento, considerado muito confuso pela polícia.
As informações dadas por Castro em seu depoimento, como, por exemplo, os locais onde esteve em São José dos Campos, não foram comprovadas pela Polícia Federal.
Um dia após esse depoimento, agentes da Polícia Federal em São Paulo, de posse de um mandado judicial, revistaram o apartamento de Castro.
Nessa primeira vistoria, os agentes encontraram substâncias consideradas suspeitas. Por esse motivo, decidiram realizar uma nova busca. Dessa vez em companhia de peritos do CTA (Centro Técnico Aeroespacial), do Ministério da Aeronáutica.
Um dia após a primeira revista, Castro foi atropelado por um ônibus no corredor Santo Amaro, em São Paulo. Desde então ele permanece internado em estado grave na UTI do Hospital São Paulo.
A Polícia Federal deverá enviar o inquérito para a Justiça federal no início da próxima semana. Isso só não aconteceu ainda porque os laudos técnicos do CTA, do Secrim (Serviço de Criminalística) da PF e do IML (Instituto Médico Legal) de Suzano (Grande São Paulo), que fez exames no corpo de Moura, ainda não foram remetidos.
Castro será indiciado, possivelmente de forma indireta, pelo fato de estar internado sem condições de prestar um novo depoimento.
O advogado Tales Castelo Branco, responsável pela defesa do instrutor, considera "absurda e arbitrária" a decisão de indiciar o seu cliente. Para ele, a PF não apresentou elementos suficientes para incriminar Castro.

Próximo Texto: Polícia diz não saber motivação
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.