São Paulo, sexta-feira, 15 de agosto de 1997
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Médico diz que país precisa de campanhas contra câncer

LUCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

"É uma tragédia a situação das mulheres brasileiras que não podem pagar os remédios e, por isso, não têm acesso às novas drogas contra câncer de mama."
A afirmação é do médico inglês Michael Baum, especialista em câncer de mama e professor de cirurgia da University College of London, na Inglaterra.
Baum, que está em São Paulo participando do 10º Congresso de Oncologia Clínica, citou o exemplo do remédio Tamoxifem.
Segundo ele, o medicamento pode prolongar por, pelo menos, três anos a vida de uma vítima de câncer de mama.
"É um escândalo. Os resultados desse remédio são muito superiores ao dos outros, e as mulheres aqui não recebem a droga."
No Reino Unido, todos os remédios para o tratamento de câncer de mama são distribuídos pela rede pública de saúde.
Baum afirmou ainda que o Brasil precisa de mais campanhas de prevenção da doença porque os diagnósticos no país são feitos muito tardiamente.
Por ano, 30 mil novos casos são diagnosticados no Brasil, a maioria já em um estágio avançado da doença.
Tratamento
Ontem, em sua apresentação no congresso, Baum mostrou os resultados de seus estudos onde ele cria um novo modelo para tratamento do câncer de mama.
O médico desenvolveu uma fórmula matemática para poder calcular o chamado "fator imprevisível" da doença.
Baum quer aumentar a precisão dos cálculos para prever as chances de uma pessoa ter um câncer de mama.
"Está provado que, nos últimos anos, não temos feito muitos progressos usando o atual paradigma para prever a doença. Isso prova que a matemática está errada."
A nova maneira de calcular acabou de ficar pronta e deverá ser testada ainda este ano na University College of London.

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