São Paulo, sexta-feira, 15 de agosto de 1997
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Adolfo Bioy Casares faz uso de anotações esparsas

FERNANDO GODINHO
DE BUENOS AIRES

Um dos materiais de trabalho de um escritor é o seu caderno de notas, com frases alheias, observações e citações. Durante toda a vida, o escritor argentino Adolfo Bioy Casares teve os seus.
Neste ano, resolveu publicá-los. O resultado pode ser lido no livro "De Jardins Alheios", uma coletânea de aproximadamente mil citações que reúne personalidades como William Shakespeare, Albert Einstein e Woody Allen.
A seleção feita por Bioy Casares também inclui cartazes espalhados pelos bairros de Buenos Aires, antologias poéticas e recortes de jornais argentinos.
"É uma miscelânea com recordações, frases e sonhos. Um texto hospitaleiro para pessoas cansadas e impacientes, que pode ser lido em qualquer circunstância", diz.
"É uma seleção de prosas e versos breves que encontrei ao longo da vida e que me pareceram muito bonitos ou muito estúpidos, todos misturados. O leitor vai saber o que admirar e o que desprezar."
Fora de ordem
Realmente, a coletânea está totalmente misturada e publicada sem nenhuma ordem, seja ela cronológica, alfabética ou temática.
Apesar de parecer confuso, essa disposição dá ao leitor a liberdade de abrir o livro em qualquer página, lendo do início ao fim ou de trás para frente.
"Escrever obras interessantes com frases destinadas a outros parágrafos e a outras situações há de ser, pelo menos, tão difícil como escrevê-las com frases inventadas por você mesmo", afirma ele, considerado o mais importante escritor argentino vivo.
(FG)

Nome: De Jardines Ajenos
Autor: Adolfo Bioy Casares
Preço: US$ 19 (em média)
Páginas: 320

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