São Paulo, sábado, 16 de agosto de 1997
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Líderes governistas são contra mudanças no regimento já

Aécio e Geddel divergem de Michel Temer

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A mudança no regimento da Câmara defendida pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo líder do líder do governo, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), para facilitar a aprovação das reformas não deverá valer para o segundo turno da administrativa.
Os líderes do PSDB, Aécio Neves (MG), e do PMDB, Geddel Vieira Lima (BA), disseram ontem que são contra qualquer mudança nas regras de votação durante a tramitação da reforma.
"Acho que não é oportuno mexer nas regras agora", afirmou Aécio. "Sou contra mudar as regras que estão em vigor no curso da votação", disse Geddel.
O governo quer mudar as regras do DVS (Destaque de Votação em Separado) -mecanismo que permite a votação de parte da proposta depois de aprovado o texto integral.
308 votos
Nas emendas constitucionais, por exemplo, o governo precisa reunir 308 votos para derrotar os DVSs apresentados pela oposição, depois de já ter aprovado o texto básico também com quórum mínimo de 308 votos.
"Isso é insensato. É ilógico aprovarmos uma emenda e termos que reaprová-la com 308 votos", disse Aécio.
O governo quer inverter o ônus dos 308 votos. Ou seja, quem apresentar o DVS terá de conquistar os 308 votos para aprová-lo.
A preocupação é com o segundo turno da administrativa, quando será votado o dispositivo que permite a demissão de servidores estáveis para cumprir a regra constitucional que limita os gastos com pessoal em 60% da arrecadação da União, dos Estados e dos municípios.
A oposição apresentou um DVSs para retirar esse dispositivo do texto e o governo terá de reunir 308 votos para mantê-lo.
Deputados da base governista votaram a favor do texto geral da reforma, porque estava assegurada a votação em separado do dispositivo que prevê a quebra da estabilidade.
"Essa votação é arriscada, mas vamos enfrentá-la, como já enfrentamos outras polêmicas", afirmou Aécio. Para ele, o regimento deve ser mudado, mas depois de aprovada a reforma administrativa.
"É complicado votar uma matéria dez vezes, mas só quero discutir o assunto depois de terminada a reforma administrativa", disse Geddel.

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