São Paulo, sábado, 16 de agosto de 1997 |
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PM tenta evitar invasões em três favelas
SERGIO TORRES
Informações obtidas no primeiro semestre pela SSP indicam que traficantes das três favelas (todas na zona norte do Rio) pretendiam patrocinar invasões de terrenos vazios para o assentamento de famílias sem-teto. Há três semanas, traficantes do complexo da Maré (zona norte) promoveram a invasão de um terreno de 30 mil metros quadrados na favela Parque União (parte do complexo). Batizado de Vila Betinho, o terreno está sendo ocupado por cerca de 2.000 famílias, que ganharam lotes de graça de Mauro Reis Castellano, o Gigante, suposto chefe do tráfico de cocaína e maconha no complexo de favelas da Maré. O terreno invadido pertence à indústria Tekno S/A, que fabrica chapas de metal. O diretor da Tekno, Sebastião Paulino, é procurado pela Folha há dois dias. Ele não aceitou falar sobre a invasão. O coronel Milton da Costa, assessor técnico da SSP, disse à Folha que invasões como a do Parque União já poderiam ter ocorrido em Acari, Parada de Lucas e Vigário Geral caso a PM não tivesse se instalado nas favelas. Vigário Geral e Parada de Lucas são favelas vizinhas que cresceram em áreas planas, ao lado de terrenos cobertos de mato pertencentes à Marinha. Em Acari, áreas particulares circundam a favela, que também é plana. Para evitar a ação do tráfico, a SSP criou postos de policiamento nas três favelas. Cada posto leva o nome de Base de Segurança Comunitária. Na base de Acari, a PM mantém 18 homens trabalhando dia e noite. Eles patrulham a favela em carros e a pé. Em Vigário Geral e Parada de Lucas, trabalham 22 PMs, incumbidos da mesma tarefa. Responsável pelas bases de Acari, Vigário Geral e Parada de Lucas, o coronel Marcos Paes, comandante do 9º BPM (Batalhão de Polícia Militar), disse que, desde que a polícia chegou às favelas, não ocorreram invasões. "Nossa presença inibiu os traficantes. Temos a informação de que os chefes do tráfico estão fora das favelas", disse Paes. A PM só reprimirá a ocupação de terrenos particulares na favela Parque União caso os proprietários peçam ajuda. O comandante do 22º BPM, tenente-coronel Luís Antônio de Souza, disse que a PM chegou a reprimir os invasores no dia em que o muro da Tekno foi derrubado. "Em julho, chamados pela empresa, estivemos lá. Saímos 24 horas depois, quando a situação estava tranquila. A empresa não voltou a se queixar. A Tekno é uma empresa privada. Não podemos ficar lá dia e noite", disse Souza. Texto Anterior: Ladrão ignora obras valiosas e leva computador de pinacoteca Próximo Texto: Casas de 'beneficiários' terão planta comum Índice |
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