São Paulo, sábado, 16 de agosto de 1997
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Consórcio recorre contra vitória do Tess

FRANCISCO CÂMPERA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O consórcio Avantel, que ficou em segundo lugar na licitação para a exploração da banda B (telefonia celular privada) no interior de São Paulo, entrou ontem com recurso administrativo contra o vencedor, o consórcio Tess.
O recurso foi apresentado à Comissão de Licitação, no Ministério das Comunicações.
Outro consórcio, o Brascom, também entrou com recurso na comissão pedindo a suspensão da licitação até que se resolva a disputa judicial contra a vitória do Tess.
O Avantel apresentou três argumentos: 1) erro do Tess ao escrever o valor da proposta; 2) valor não escrito por extenso; 3) não-renovação do seguro-garantia de sua proposta.
Vírgula por ponto
O primeiro argumento foi baseado num erro primário do Tess. O vencedor da área 2 (interior de SP) grafou R$ 1,326,943,944.00 ao oferecer R$ 1,3 bilhão.
O problema seria que o Tess grafou o valor baseado no modelo norte-americano, usando um ponto antes dos zeros e vírgulas entre os milhares. Pelo padrão brasileiro, o correto seria trocar as vírgulas por pontos.
Com isso, o Avantel alega que o Tess ofereceu R$ 1,32. O Avantel afirma que, da forma como foi grafado o valor, não está preenchida exigência do edital de licitação.
Um erro de digitação foi suficiente para desclassificar o consórcio da Light, há duas semanas, na privatização da Coelba (Companhia de Eletricidade da Bahia).
A proposta da Light foi grafada R$ 1,65 milhão, em vez de R$ 1,65 bilhão. O valor por extenso foi escrito corretamente.
A assessoria do Tess informou que não vai se pronunciar até o decisão final dos recursos.
Briga judicial
Enquanto a disputa acontece na comissão, o Tess enfrenta outra batalha na Justiça.
O vencedor da área 2 assegurou a sua participação na concorrência por meio de liminar obtida junto ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).
O Tess foi desclassificado pela comissão de licitação porque não traduziu os documentos e não apresentou procurador de seu sócio estrangeiro.
Além do recurso administrativo, o Brascom entrou com outra ação na Justiça contra o Tess, pedindo a sua desclassificação. O julgamento dos recursos ainda não foi marcado.
Até às 18h de ontem, cinco consórcios (Avantel, BSE, BCP, TT-2 e Vicunha) haviam contestado na Justiça a vitória do Tess.
Diante dessa batalha, o Ministério das Comunicações vai dar uma pausa na concorrência até a decisão final do STJ.

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