São Paulo, sábado, 16 de agosto de 1997
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Zagallo chega com rádio e sem micro

DA SUCURSAL DO RIO

Surpreendentemente, o técnico Mario Jorge Zagallo desembarcou ontem no Rio dizendo que não comprou nenhum computador na Coréia do Sul e, por isso, não teve que pagar Imposto de Importação ao chegar ao Brasil.
"Só comprei um rádio para o meu carro", afirmou Zagallo. "E ninguém tem que se importar com a vida dos outros."
Depois de 34 horas de viagem, vindo do Japão, ele demonstrou irritação com reportagens e notas publicadas no Brasil sobre o pagamento ou a sonegação de impostos na importação do equipamento.
"Eu só fui ver, e não comprar, um computador em Seul (Coréia). É uma idéia para o futuro. Depois vou ver como adquirir um."
No dia 7, porém, Zagallo deu entrevista em Seul falando sobre o laptop (computador portátil) que comprara lá por US$ 3.650.
Disse que seu professor de informática seria o preparador físico auxiliar da seleção, Marcos Moura.
"Quero sair da Coréia já sabendo mexer na máquina. Vou ter aulas em todas as horas vagas", declarou, então, Zagallo.
Mais: "Estava me sentindo um analfabeto por não saber mexer num computador".
A Folha apurou que um integrante da comissão técnica da seleção disse, no Japão, que Zagallo, ao saber das indagações no Brasil, afirmara que pagaria o imposto.
O máximo que cada passageiro pode trazer em mercadorias compradas no exterior, sem pagar imposto, são US$ 500.
A Receita Federal, que faz a fiscalização no aeroporto Internacional do Rio, se recusou a informar, alegando sigilo fiscal, se a bagagem de Zagallo foi revistada.
Ele foi um dos primeiros membros da seleção a sair da alfândega, carregando num carrinho uma sacola e uma caixa do "free-shop", uma mala e três bolsas. Pelo tempo que levou para desembarcar, provavelmente ele não foi parado pela fiscalização.
A revista, pelo procedimento normal, ocorre quando o passageiro aperta um botão, e aparece a luz vermelha, em vez da verde.

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