São Paulo, domingo, 17 de agosto de 1997
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Categoria vê 'hiperinflação' nos custos

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A ELKHART LAKE

Hiperinflação. Procura superior à oferta. Alta taxa de desemprego.
Na atual fase do campeonato, onde se intensificam as negociações para o futuro, os termos empregados na Indy se assemelham aos de uma aula de economia.
Se há uma década a categoria se vangloriava dos seus baixos custos como forma de atrair pilotos, hoje o recurso não pode mais ser usado.
Em dois anos, o "preço" por carro para uma temporada subiu de US$ 4 milhões para US$ 8 milhões, uma inflação de 100%.
O piloto que hoje almeja uma vaga na categoria precisa levantar em patrocínios quatro vezes mais do que era necessário em 1984.
Equipes "de aluguel", com orçamentos reduzidos e sem programação de testes, oferecem preços mais baixos, porém com poucas garantias para a temporada.
"Quando eu comecei aqui, era diferente. Com muito menos dinheiro, dava para fazer uma temporada competitiva", diz Raul Boesel, da Brahma-Patrick, que disputa a Indy há 12 anos.
"Agora, tudo é mais caro. Os carros avançaram muito, e qualquer peça custa uma nota."
Hoje, a partir das 16h30, a Indy realiza no circuito misto de Road America sua 14ª etapa, as 200 Milhas de Elkhart Lake.
Na temporada passada, Gualter Salles experimentou a dificuldade de arranjar uma vaga na categoria.
Destaque da Indy Lights, conseguiu contrato com a Davis, uma equipe de orçamento limitado, o que reduz suas chances de um bom resultado nas pistas.
A fatia do orçamento que os pilotos precisam levantar em patrocínios varia de acordo com a equipe.
Na Penske, há anos com as cores da Marlboro, seus pilotos não contribuem para o orçamento.
Na Tasman, situação é diferente. A equipe tem poucos patrocinadores próprios, e a maior parte do orçamento é 'doada' pelos pilotos.
Além do avanço tecnológico dos carros e equipamentos, a própria expansão da categoria contribuiu para o aumento nos custos.
Em 84, quando Emerson Fittipaldi estreou na Indy, a temporada tinha 16 etapas, só em circuitos norte-americanos. Em 98, serão 19 corridas, em cinco países: EUA, Canadá, Austrália, Brasil e Japão.

NA TV - SBT, ao vivo, às 16h30

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