São Paulo, domingo, 17 de agosto de 1997
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NBA amplia plano de aposentadoria

Jogadores estudam profissão durante as férias

ROSCOE NANCE
DO "USA TODAY"

Neste mundo globalizado e hipercompetitivo, a segurança do emprego é cada vez menor. No basquete norte-americano, acontece a mesma coisa.
Com a afluência de "estrangeiros" e a popularização do esporte, assegurar uma longa carreira na NBA tornou-se muito mais difícil.
Por isso, a liga profissional resolveu incrementar um plano de aposentadoria para seus jogadores.
Passou a oferecer, durante as férias de verão na América do Norte, entre junho e setembro, vários cursos profissionalizantes e intercâmbios com empresas.
"A maioria de nossos atletas sempre se dedicou ao esporte, não está preparada para enfrentar o mercado de trabalho", conta Mel Davis, espécie de diretor de recursos humanos da NBA.
"Todos terão de fazer essa transição um dia, precisar ganhar a vida longe das quadras. O nosso projeto permite aos atletas que conheçam, e testem, o mais rápido possível as suas vocações", completa.
Os cursos e intercâmbios variam de uma a oito semanas.
"Obviamente, há atletas que não precisam se preocupar com o futuro, porque seus salários são altíssimos. Mas a maioria não pode se dar esse luxo, deve aprender a colocar pão na mesa. Eu estou nesse grupo", afirma o armador Rafael Addison, do Charlotte, que está assistindo palestras numa distribuidora de TV a cabo.
Mas nem só jogadores sem expressão estão se aproveitando da oferta da NBA.
O ala-pivô Antonio Davis, por exemplo, que assinou recentemente um contrato de US$ 38 milhões com o time do Indiana Pacers, matriculou-se num curso de administração.
Nas aulas, o atleta está aprendendo os detalhes de toda a linha de produção e venda de camisetas.
No total, a NBA coloca cerca de 1.500 cursos à disposição.
"Isso mostra que há vida depois do basquete", elogia o ala-pivô Rick Mahorn, do Detroit Pistons, que usa este verão para conhecer de perto os bastidores da NBA Entertainment, o braço criativo da liga de basquete na mídia eletrônica.
"Você não pode querer bater bola até o final dos tempos. O programa da NBA expande nossos horizontes", conclui.
Hambúrguer e revólver
Conheça a seguir outros jogadores que disputaram a última temporada da liga e decidiram abrir mão do descanso nestas férias.
O ala Xavier McDaniel, que estava no New Jersey Nets, toma lições na rede de fast-food McDonald's.
O pivô Zan Tabak, que atuava no Toronto Raptors, faz intercâmbio nos estúdios da Warner Brothers. Tem a idéia de abrir uma produtora de cinema na Croácia, onde nasceu, depois de se aposentar.
O ala Tyrone Corbin, do Atlanta Hawks, arranjou um emprego temporário como planejador na corretora Merryll Lynch.
O pivô Mark West, que jogava no Cleveland Cavaliers, também interessou-se pelo mercado financeiro. Estagia numa corretora de Wall Street, em Nova York, a Donaldson, Lufkin & Jenrette.
O ala Rick Fox e o armador David Wesley, que eram companheiros no Boston Celtics, estão trabalhando num bar esportivo de Nova York, o Mickey Mantle's.
E o mais curioso de todos, o ala Harvey Grant, do Washington Wizards, cumpre estágio no FBI, a polícia federal dos EUA.

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