São Paulo, segunda-feira, 18 de agosto de 1997
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Serviço básico perde verba para o lixo

MAURÍCIO RUDNER HUERTAS
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo determinou na semana passada o repasse de R$ 6,1 milhões para as empreiteiras que fazem a coleta de lixo e a varrição de ruas para as 27 regionais.
O dinheiro foi retirado da verba destinada à conservação e limpeza de bueiros -um dos serviços essenciais na prevenção das enchentes, que Celso Pitta garantiu que não seriam prejudicados.
O repasse ocorre em um momento de redução de despesas e investimentos em quase todos os setores da prefeitura. A decisão foi anunciada após reunião entre o secretário das Administrações Regionais, Alfredo Mário Savelli, e representantes das empreiteiras.
Além disso, Pitta precisa saldar uma dívida de R$ 66 milhões com as empreiteiras contratadas para o serviço, que ameaçaram suspender o pagamento de salários aos funcionários se não recebessem os valores atrasados.
Praticamente todas as administrações regionais gastaram mais do que deviam no período. Algumas tiveram gastos superiores ao total previsto para o ano todo.
É o caso de Campo Limpo (113%), Guaianazes (112%), Ipiranga (110%), Freguesia do Ó (106%), São Mateus (102,5%) e São Miguel Paulista (101,8%).
Por outro lado, as três regionais que tiveram despesas mais próximas da média -Casa Verde (44,4%), Pirituba/Jaraguá (55,4%) e Jabaquara (62,9%)- são controladas por vereadores de outros partidos que não o PPB de Pitta.
A regional da Casa Verde é dominada pelo novato Enéas Soares (Prona). Os vereadores Jorge Taba, Maerli Vergniano e Paulo Frange (PDT) controlam a regional de Pirituba/Jaraguá. E a administração do Jabaquara está nas mãos de Mohamad Mourad (PL).
A coleta de entulho em São Paulo cresceu 565% de 1994 a 1996, período no qual a prefeitura contratou empreiteiras para o serviço.

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