São Paulo, segunda-feira, 18 de agosto de 1997
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Iveco quer aumentar as vendas na América Latina

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A italiana Iveco, uma das maiores fabricantes de caminhões do mundo, decidiu investir pesado na América do Sul.
A meta é elevar em 300% as vendas da marca no continente nos próximos cinco anos, o que significa saltar dos atuais 4.000 caminhões vendidos anualmente, para 20 mil no ano 2002.
A montadora, que faz parte do Grupo Fiat, inicia no mês que vem a construção de uma fábrica de caminhões e comerciais leves em Sete Lagoas (MG) em parceria com a Fiat Automóveis.
A unidade, que começa a operar no segundo semestre de 99, terá capacidade para 20 mil veículos por ano. Com investimento total de US$ 240 milhões, a joint venture Iveco Fiat vai produzir os comerciais leves Ducato e os caminhões Daily para o mercado brasileiro e para exportação.
Na Argentina, a Iveco investe US$ 63 milhões para modernizar as linhas de montagem e ampliar a fábrica de Córdoba. A capacidade de produção vai subir de 4.000 para 10 mil caminhões por ano.
"O mercado europeu de veículos está saturado", explica o economista neozelandês Alan B. Fox, 61, diretor-superintendente da Iveco do Brasil. "A estratégia de expansão global da Iveco privilegia investimentos em mercados emergentes, como o Mercosul."
A Iveco detém 20% do mercado de caminhões da Europa e faturou US$ 6 bilhões no ano passado em todo o mundo, com a venda de 200 mil unidades em mais de cem países. Parte dessas vendas foram feitas por joint ventures. A empresa tem 32.400 funcionários e teve lucro líquido de US$ 188 milhões em 96.
O objetivo da montadora é elevar as vendas em 25% até o ano 2002. "O Mercosul é fundamental para que a Iveco atinja a marca de 250 mil unidades comercializadas por ano até 2002", diz Fox.
Fox, que está há 17 anos na Iveco, chegou ao Brasil em abril de 96 para preparar o retorno da marca ao país. A Fiat produziu caminhões no Brasil entre 70 e 85. De 82 a 85, os veículos montados no país receberam a marca Iveco. "Saímos do Brasil porque não tínhamos o caminhão correto para o mercado brasileiro e por causa das dificuldades econômicas do país", diz.
A falta de produtos modernos e de boa qualidade prejudicou a marca em todo os países e não apenas no Brasil.
A partir de 86, e durante sete anos, a Iveco teve de investir US$ 6 bilhões na modernização de toda a linha de veículos.
A marca volta ao Brasil a partir do mês que vem, com o início das importações do caminhão leve Daily. Até o final deste ano serão importadas 300 unidades da Argentina. No ano que vem, a Iveco pretende importar outros três modelos e vender 4.000 unidades, o que dará à marca entre 7% e 8% do mercado nacional.
Com o início da produção no Brasil e a ampliação da fábrica na Argentina, as metas ficam mais ambiciosas. "A Iveco será responsável por 12% dos caminhões vendidos no Brasil no início do século", diz Fox.

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