São Paulo, segunda-feira, 18 de agosto de 1997
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"Uso arma só à noite"

"Há uns dois anos eu conheci um traficante amigo do meu irmão, que era viciado em crack, e acabei ficando amigo dele também. Foi ele quem me deu a minha arma, uma PT 380.
Só usei a arma duas vezes. A primeira foi para espantar uns caras que estavam rondando a minha casa. A outra, foi em uma festa. Uns caras mexeram comigo e com meus amigos. Eu peguei a arma, que estava guardada no carro, e dei dois tiros para o alto.
Atualmente, eu a deixo em casa, só uso para sair à noite, quando vou aos bares de Pinheiros ou da rua Franz Schubert.
Nunca pensei em matar ninguém, a não ser que tivesse de proteger a minha família. Mas em uma briga, eu acho que poderia perder a cabeça. Na hora, você não pensa: atira e depois pensa 'por que eu fiz isso?'.
Não acho que as pessoas vão deixar de usar arma por causa de uma campanha. Elas se sentem mais seguras quando estão armadas."
F.C., 21 (comerciante)

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