São Paulo, segunda-feira, 18 de agosto de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Alea produz humor amargo

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

"Guantanamera" (Eurochannel, 22h) poderia ser, nos anos 60, uma dessas críticas ferozes que o cineasta Tomás Gutiérrez Alea fazia à nascente burocracia cubana.
Não é o que acontece. O último filme do cineasta cubano, produzido em 1995, já com câncer (co-dirigido por seu amigo Juan Carlos Tabío) é uma comédia amarga, em que tudo evoca a morte.
Até o fato de a trama girar em torno dos problemas para transportar um cadáver de uma cidade a outra.
Alea não é mais o militante que ataca o regime. É um homem francamente desiludido com os rumos do socialismo. Mas nem por isso menos capaz de produzir humor, um humor da agrura, corrosivo.
Alea estava à morte, é fato, mas seu filme é luminoso. Chama à vida.
(IA)

Texto Anterior: "Politicamente Incorreto" traz descontração
Próximo Texto: Troca; Da concorrência; Multiplicação
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.